ARTIGO 10/04/2013
O varejo sempre foi importante para a economia brasileira, mas durante muito tempo portou-se acanhadamente no que diz respeito a exigir do Poder Público políticas que oferecessem ao setor tratamento à altura de sua importância.
Na última década, porém, as lideranças surgidas no varejo somadas às mudanças positivas na economia tomaram como imperiosas as conquistas dessas políticas, e fortes parcerias foram estabelecidas no sentido de alcançá-las e solidificá-las. Baseando-se, principalmente, no fator arrecadação e geração de empregos, o varejo tornou-se muito rapidamente um dos principais protagonistas do cenário de crescimento econômico brasileiro.
Isso se deve, em parte, às mudanças paradigmáticas ocorridas no mundo globalizado, que passou a valorizar características como empreendedorismo, descentralização e personalização no ajuste às necessidades do consumidor, ou seja, passou a tratar o indivíduo, quer na posição de colaborador das empresas, quer na função de cliente ou fornecedor, como o elemento em torno do qual a roda da qualidade gira.
A consciência do protagonismo do setor fez com que, no 1° Fórum Nacional de Varejo, que aconteceu no último mês de março, no Guarujá, em São Paulo, fosse lido um Manifesto que propunha ações “visando à redução do que se chamou de caos tributário e à simplificação de tudo que se faz no Brasil, como forma de contribuir para uma maior eficiência e produtividade no país, a fim de que estas possam tornar nossos negócios mais competitivos em escala global.”
Isso demonstra que os varejistas estão cada dia mais conscientes de que podem atuar com muito mais abundância no mercado e de que os entraves tributários que emperram essa atuação protagonista precisam ser retirados não somente pelo bem do setor mas também pelo crescimento do País. Essa máquina burocrática já nos causou muitos danos, por isso o momento é de varredura desse sistema atrasado por meio de proposituras específicas, práticas novas e visão positiva do futuro.
É no alinhamento dessas proposituras que estamos nos tornando os protagonistas do cenário econômico. É na busca por efetivas mudanças que resgatem anos de um peso tributário que foi excessivamente cobrado do varejo que o empresariado se alia à rede de pessoas que faz o comércio varejista - incluindo-se o próprio consumidor, que será beneficiado uma vez que as reduções conquistadas pelo varejo serão repassadas ao cliente como forma de barateamento dos preços, ao colaborador com o aumento da oferta de emprego, ao fornecedor como forma de aquecer os cofres deste e, sobretudo, ao País, como forma de elevar o PIB – a fim de modificar definitivamente o cenário obsoleto de épocas anteriores.
É a abundância de um novo mundo chegando ao varejo. Um mundo propositivo, interativo, agregador, colaborativo e extremamente consciente de que na positividade com que os negócios são tratados e nas alianças estabelecidas para conquistá-los e mantê-los reside a vital diferença que faz de alguns, figurantes, enquanto outros são lançados como protagonistas.
Honório Pinheiropresidente@fcdlce.com.br
Presidente da Federação das Câmara de Dirigentes Lojistas do Ceará
Fonte: Jornal O POVO
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