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segunda-feira, 11 de setembro de 2017

E-commerce: a importância das políticas de troca nas vendas online

Edição do dia 10/09/2017
10/09/2017 07h53 - Atualizado em 10/09/2017 07h53

Troca e devolução de produtos são problemas de logística nos e-commerce.
Conheça formas de prestar esses serviços de forma eficiente.

Juliana Munaro

Quando a gente fala em logística do e-commerce, pensa logo na entrega dos produtos e nos preços dos fretes. A gente já falou sobre esse assunto no programa Pequenas Empresas e Grandes Negócios e, essa semana, mostramos a brecha que o fim do E-Sedex, serviço dos Correios voltado para lojas virtuais, abriu para o surgimento e fortalecimento de empresas de entregas voltadas para esse setor.

Agora, vamos dar outro foco. Afinal, o problema da logística das lojas virtuais vai muito além disso: a troca ou a devolução de produto é outra dor de cabeça. Isso é a logística reversa. Quem tem um site de vendas deve ficar atento a isso, quem quer investir pode ter aí uma oportunidade de negócio.

As políticas de troca
Uma pesquisa divulgada essa semana pela Ebit, empresa especializada em comércio eletrônico, mostra que existe consumidor que ainda deixa de comprar online porque não conhece as políticas de trocas.

Segundo a pesquisa, 44% deixaram de finalizar a compra em um e-commerce por achar que a devolução seria complicada e 40% não sabiam que poderiam trocar um produto, por qualquer motivo, no prazo de sete dias.

Esse é o primeiro ponto para deixar o cliente mais seguro para fechar a compra: vale deixar claro qual a política de troca.

O Procon define que qualquer produto comprado pela internet pode ser devolvido no prazo de até sete dias após o recebimento e o consumidor pode, inclusive, solicitar o seu dinheiro de volta. Quem paga pelo frete da troca ou devolução é a empresa.

De acordo com a Ebit, até 7% das compras realizadas pela internet são canceladas ou o produto é trocado, ou seja, 3,5 milhões de pedidos são devolvidos. Os e-commerces de vestuário sofrem ainda mais. Nesse caso, a porcentagem de devolução e troca sobe para 10%.

Esse é o segundo ponto. No primeiro semestre de 2017, o e-commerce faturou R$ 21 bilhões, segundo levantamento do Ebit, mais de R$ 1 bilhão é o custo do frete para entrega, e cerca de R$ 106 milhões, 7%, foram gastos com a logística reversa. 

Dá para ver que não contar com o custo da logística reversa na operação de uma loja online é um grande erro, né? Segundo André Dias, consultor da Ebit, não tem como fugir desse gasto e se o empresário não contar com ele terá problemas que afetarão a gestão do negócio.

Se esse processo afeta até grandes lojas, imagina os pequenos, que, muitas vezes, só têm os Correio como opção para fazer a logística reversa. Quem compra pela internet e precisou trocar, certamente já recebeu no email aquela etiqueta que autoriza o envio da mercadoria pelos Correios, certo? A oferta de empresas que oferecem esse tipo de serviço ainda é pequena aqui no Brasil e investir no setor pode ser uma boa alternativa. De acordo com André, esta é uma boa oportunidade para startups e empresas de pequeno porte.

Olha só as diferentes formas de prestar o serviço:

Coleta no local: é o tipo mais comum, porém, pode custar mais. Nesse caso, quem faz a coleta do produto vai até o endereço do cliente fazer a retirada.

Coleta no local com hora marcada: quando o cliente pode marcar um horário para atender a empresa que fará a coleta.

Logística reversa simultânea: vale para a troca de produtos. O produto indesejado é retirado ao mesmo tempo que o novo é entregue.

Pontos de entrega: essa alternativa é mais interessante para a empresa do que para o cliente que, para fazer a devolução, terá que levar o produto comprado até um posto onde será atendido e o processo será feito. Para facilitar a vida do consumidor, o interessante é oferecer vários postos de atendimento.

Fonte: PEGN

sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Consumir menos gera economia e preserva o meio ambiente

Patrícia Oliveira | 18/10/2016, 10h16


Supermercado no Distrito Federal: reduzir, reutilizar e reciclar são as regras básicas para adotar o consumo consciente


A atitude do consumidor na hora de comprar pode fazer muita diferença para o meio ambiente e para o futuro do planeta. É necessário levar em conta bem mais do que o preço, a qualidade e a marca do produto. É preciso avaliar as consequências de cada escolha para evitar o esgotamento dos recursos da natureza, que são limitados e difíceis de repor.
Água, combustíveis fósseis, madeira, tudo isso pode acabar um dia se não houver um consumo consciente. Medidas simples como escovar os dentes com a torneira fechada, reduzir a impressão de papéis ou abolir o uso do carro em pequenas distâncias contribuem para a garantia de um mundo mais equilibrado com menos desperdício.
As pequenas mudanças em nosso dia a dia incluem ainda pensar em como é feito o produto e qual o seu destino final. Por exemplo, usar sacolas de tecido em vez de sacolas plásticas, que gastam muita água e energia na sua confecção, poluem o ambiente e levam centenas de anos para se decompor.
Onde comprar também é uma decisão importante. A empresa é certificada? É reconhecida por práticas socioambientais? A matéria-prima é extraída de forma sustentável? Tem embalagens recicláveis? Usa trabalho escravo ou infantil?
Para o Ministério do Meio Ambiente, o consumidor consciente é aquele que considera, ao escolher os produtos que compra, o meio ambiente, a saúde humana e animal e as relações justas de trabalho.

Dia do consumidor

A data de 15 de outubro foi instituída, em 2009, como o Dia do Consumidor Consciente, que age de forma responsável e solidária, pensando nas gerações que ainda virão. Para a diretora do Departamento de Produção e Consumo Sustentáveis do Ministério, Raquel Breda, essa prática deve ser estimulada desde muito cedo, com as crianças.
— A compreensão de que se pode viver e ser feliz com menos e sem apego aos bens materiais, evitando assim o consumismo, é um ato de formação do indivíduo para a cidadania ambiental — afirma.
Antes de consumir, as pessoas devem se fazer perguntas: preciso mesmo de um aparelho celular novo? Será que o armário não está lotado de roupas e sapatos sem uso, comprados por impulso? E aquele objeto quebrado, será que não dá para consertar?
Ou que tal trocar? Diversas iniciativas da sociedade, como as feiras nas quais se troca de brinquedo a computador, além de sites colaborativos na internet que incentivam essa prática, estimulam valores como o desapego, o respeito ao próximo e ao meio ambiente.
O consumo consciente segue o chamado Princípio dos 3 Rs: reduzir, reutilizar e reciclar. O Instituto Akatu sugere mais um R, de refletir.

Excesso de lixo

Com 15 anos de existência, o Akatu é uma organização não governamental sem fins lucrativos, de São Paulo, que trabalha pela conscientização da sociedade em prol de novos estilos de vida viabilizados por modelos sustentáveis de produção e consumo.
A meta é ambiciosa: garantir uma transformação na mentalidade do consumidor, de forma a mobilizar a população brasileira até o final de 2022.
Para estimular a mudança de comportamento, são realizadas campanhas em escolas e na mídia, pesquisas e eventos com foco na educação. O instituto também atua em parceria com empresas.
Quanto mais consumimos, mais lixo produzimos. Só no ano passado, o Brasil gerou 79,9 milhões de toneladas de lixo. O dado é da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe). A quantidade de materiais descartados continua a aumentar no país, tanto em termos absolutos como por indivíduo.
Em 2015, quase 30 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos foram depositados em lixões ou aterros que não estão adaptados de forma a proteger o meio ambiente.
A reciclagem é uma das ações prioritárias previstas na Política Nacional de Resíduos Sólidos. A lei de 2010 também estabelece a chamada logística reversa, que é a devolução ao fabricante de produtos como embalagens de agrotóxicos, óleos lubrificantes e pneus, pilhas e baterias, lâmpadas, peças e equipamentos eletrônicos e de informática e eletrodomésticos.
Essa prática mobiliza os consumidores, que restituem o material, responsabiliza as empresas, que reaproveitam o resíduo em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, e promove a integração de municípios na destinação final dos resíduos.
— Como consumidores podemos agir de modo ambientalmente correto em relação ao resíduo que produzimos. Estudos apontam que cada cidadão produz cerca de um quilo de lixo por dia. Mas esse lixo não é lixo. Entre 60% e 70% podem ser reaproveitados, pela compostagem, pela reciclagem ou pela reutilização. Então, de fato, só um percentual bem inferior é destinado ao aterro por ser considerado rejeito — explica a consultora do Senado, Karen Kassmayer.
O que significa que não só o poder público é responsável pelos resíduos. Karen defende a prática da coleta seletiva na casa de cada consumidor.
— Separar os resíduos de acordo com a classificação e destinar ao local correto: garrafas plásticas, embalagens em geral, vidros em uma categoria, papéis e papelão em outra. Em países desenvolvidos, o próprio cidadão participa da gestão do resíduo. Inclusive, sob pena até de multas e outras sanções. Mas aqui no Brasil nós temos primeiro o desafio de estimular que o consumidor faça essa coleta seletiva”, completa a consultora.

Projetos propõem medidas para o consumo sustentável

Propostas apresentadas no Senado incentivam o consumo consciente, entre elas a de iniciativa do senador Eduardo Amorim (PSC-SE) que regulamenta o recolhimento e a destinação final de baterias automotivas e industriais usadas (PLS 537/2011). Para cada bateria nova, os comerciantes terão de comprovar a coleta da mesma quantidade de produtos fora de uso.
Wilder Morais (DEM-GO) propôs a instalação obrigatória de sistemas de aproveitamento de água da chuva na construção de prédios públicos (PLS 191/2013). A água captada servirá para descargas em vasos sanitários, irrigação de jardins e limpeza de pisos.
Outra proposta é o substitutivo de Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) ao PLS 187/2012, de Paulo Bauer (PSDB-SC), que propõe a dedução de até 50% do Imposto de Renda sobre o valor total das doações feitas para projetos de reciclagem.
— A reciclagem de materiais e produtos é estratégica para o Brasil, com benefícios econômicos, ambientais e sociais — afirma Bezerra.
O consumo consciente dos recursos em prédios públicos também é fundamental. O Senado dá o exemplo e já adota práticas permanentes como monitorar o consumo de água, energia e combustível e fazer coleta seletiva do lixo.
— Esse tipo de atitude deve servir de exemplo para outros Poderes e se multiplicar para toda a sociedade — avalia José Medeiros (PSD-MT).
Também foi reduzida a distribuição de copos plásticos descartáveis. A pauta da ordem do dia passou a ser quase toda eletrônica, o que evita o consumo de 8,5 milhões de folhas de papel por ano, um custo de cerca de R$ 300 mil anuais.
Ana Amélia (PP-RS) destacou que “não é só a questão da sustentabilidade do ambiente, é também o bolso, porque isso custa caro”.
Para Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), é importante “o exemplo individual, não só nos locais de trabalho, mas também nos locais de moradia”.
Já Paulo Paim (PT-RS) afirmou que o consumo consciente é “a defesa da vida, do ecossistema”
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Setor empresarial tem ampliado o comprometimento com a reciclagem






SEMINÁRIO
Setor empresarial tem ampliado o comprometimento com a reciclagem
03.12.2014


Evento do Cempre mostrou boas práticas socioambientais para a redução dos resíduos gerados pelo consumo

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O crescimento na coleta seletiva e na reciclagem promove, não apenas a redução do descarte e a consequente redução da poluição, mas a diminuição da pressão sobre as matérias-primas

FOTOS: RODRIGO CARVALHO / AGÊNCIA DIÁRIO

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Durante o encontro, foi mostrado que o compromisso da indústria, comércio e catadores tem viabilizado uma redução significativa dos resíduos, bem como o reaproveitamento de materiais, especialmente o PET

São Paulo. O Compromisso Empresarial para Reciclagem (Cempre) apresentou, durante a realização da XV Feira Internacional de Meio Ambiente Industrial e Sustentabilidade (Fimai), que aconteceu nesta cidade, no mês passado, experiências bem sucedidas de compromisso empresarial com práticas socioambientais saudáveis.

Os resultados foram apresentados no X Recicle Cempre, seminário sobre gestão de resíduos realizado pela entidade. Na ocasião, setores da indústria, comércio e serviços renovaram o compromisso de contribuir para redução dos resíduos sólidos destinados a aterros sanitários, mas, sobretudo, de desenvolver esforços para o melhor aproveitamento de materiais inorgânicos para fins de reciclagem.
Esse compromisso foi manifestado pelo presidente do Cempre e diretor corporativo do Grupo Pão de Açúcar, Paulo Pompílio. Ao participar, como palestrante, do painel Responsabilidade Socioambiental e a contribuição da indústria de reciclagem, destacou que os índices de perdas com materiais imprestáveis são insustentáveis para a nossa sociedade.
Toda a cadeia
"Hoje, o foco priorizado é para o pós-consumo, mas nossa atenção deve ser com toda a cadeia. Desde a separação dos resíduos secos e molhados, quanto priorizar embalagens que representem na melhor preservação dos produtos e, ao mesmo, tempo, que possam ser reaproveitadas pela indústria da reciclagem", disse Paulo Pompílio.
Com a atenção a uma redução dos rejeitos, como disse o diretor do Pão de Açúcar, a rede de supermercados iniciou o processo de responsabilidade socioambiental, instalação de lojas verdes e uma política de gestão de resíduos. Com isso, as lojas onde esse processo já se desenvolve, inclusive em Fortaleza, já apresentam um percentual de 93% de reaproveitamento de todos os resíduos. Ele diz que o objetivo é chegar aos 100%, na medida em que boas práticas sejam melhor assimiladas, tanto pelos gestores, quanto pelos consumidores. Com isso, lembra que tem sido possível minimizar o impacto das operações das lojas de forma constante, desde ações simples, como a diminuição do uso de embalagens na frente de caixa, com programas de redução do consumo de sacolas plásticas, bem como as construções verdes e iniciativas de redução no consumo de água e energia, o tratamento do lixo orgânico e a reciclagem de óleo das lojas.
Paulo Pompílio lembrou que, para se chegar no atual nível de compromisso, houve todo um empenho em envolver, desde setores da indústria, até o corpo de funcionários. Ele deu como exemplo o fato de se destinar corretamente as vísceras de peixes e carnes para recipientes, de modo que não viessem a prejudicar materiais secos que poderiam ser aproveitados pela indústria de reciclagem.
Em seguida, iniciou-se o processo de orientar o consumidor para que cada vez mais pudesse fazer o descarte dos materiais no pós-consumo. Por fim, o Pão de Açúcar também passou a atuar no reaproveitamento desses materiais com a instalação de usinas de reciclagem.
Paulo Pompílio lembrou que o Brasil, como sociedade desenvolvida, tem em comum em todas as suas regiões, três grandes desafios: o bom uso da água, o consumo racional da energia elétrica e a destinação correta dos resíduos. No entanto, mostrou que a forma incorreta de se produzir lixo tem sua prioridade porque desenvolve uma cadeia de dificuldades que torna o atual modelo insustentável.
Embalagens
Ainda durante o encontro do Cempre, foi divulgado o primeiro relatório preliminar de resultados do acordo setorial para logística reversa de embalagens, um plano de ação assinado por 22 associações e mais de 500 empresas para ampliar a capacidade do Brasil para a destinação adequada das embalagens pós-consumo.
Os números são positivos, cumprindo e, em alguns casos, ultrapassando, já no meio deste ano, as metas definidas para o fim de 2015. De acordo com o relatório, entre janeiro de 2012 e junho de 2014, as empresas da coalizão instalaram, em 96 municípios, 836 Pontos de Entrega Voluntária (PEVs) ou "ecopontos", locais estrategicamente definidos, de fácil acesso e grande fluxo de pessoas para depósito de material reciclável. O número está 29% acima da meta estipulada para o fim de 2015.
Apesar do aumento dos programas de coleta seletiva e do avanço em relação à capacidade de reciclagem, o relatório reforça a importância da capacitação das cooperativas de catadores, tanto operacional quanto em equipamentos adequados, para garantir o incremento da triagem e consequente absorção dos materiais coletados, para serem destinados às indústrias recicladoras. "O acordo setorial de embalagens tem impacto social positivo por valorizar os catadores, que são peças fundamentais na coleta seletiva devido ao seu alcance e capilaridade, complementando o serviço municipal", disse Victor Bicca, presidente do Cempre.
O documento do acordo setorial foi aprovado pelo Comitê Orientador para a Implementação da Logística Reversa (Cori) e está em processo de consulta pública, que se encerrou dia 20 de novembro. As ações previstas por ele, porém, já começaram a ser postas em prática pelas empresas.
O acordo também mostrou resultados expressivos em relação à capacitação, estruturação e adequação em cooperativas de catadores. Ao todo, foram contempladas 206 cooperativas em 111 municípios do País, o que representa 47% da meta estipulada para 2015.
Na Região Metropolitana de Curitiba, foram realizadas 23 ações pelas empresas da coalizão em 10 entidades e na Região Metropolitana do Vale do Rio Cuiabá foram contempladas seis entidades, atingindo 100% da meta estipulada para 2015.
Fique por dentro
Décadas de conscientização para mudar
O Cempre é uma associação sem fins lucrativos, que trabalha para conscientizar a sociedade sobre a importância de reduzir, reutilizar e reciclar lixo por meio de programas de conscientização. A entidade utiliza-se de publicações, pesquisas técnicas e seminários, e mantém para consulta pública um rico banco de dados sobre o assunto em sua sede na capital paulista. Fundado em 1992, o Cempre vem sendo mantido por contribuições de empresas privadas de diversos setores. Entre elas estão: Ajinomoto, AmBev, ADM, Arcor, Bauducco, Beiersdorf/Nivea, Brasil Kirin, Braskem, BRF, Bunge, Cargill, Carrefour, Casas Bahia, Coca-Cola, Danone, Dell, Diageo, Femsa, Gerdau, Heineken Brasil, Hersheys, HP, Johnson & Johnson, Klabin, Mondelez, McDonalds, Nestlé Waters, Nestlé, Owens Illinois, Grupo Pão de Açúcar, Pepsico do Brasil, Procter & Gamble, SC Johnson, SIG Combibloc, Suzano, Tetra Pak, Unilever Brasil, Vigor e Walmart Brasil. No Seminário, em São Paulo, foram definidos novos caminhos para encarar o desafio dos resíduos sólidos urbanos, sustentados nos que determina a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), aprovada em 2010. Durante o evento, foi mostrado como organizações da indústria, comércio e catadores vêm construindo conjuntamente um plano economicamente viável e justo para recuperar e reciclar embalagens após o consumo dos produtos, evitando o descarte em lixões ou até em aterros sanitários existentes nas capitais e, inclusive, nas cidades interioranas.
Marcus Peixoto*
Redator

*O jornalista viajou a São Paulo a convite do Cempre

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Maior parte dos resíduos sólidos no CE não segue destinação correta


PANORAMA NACIONAL
12.06.2013

Os municípios brasileiros têm até agosto de 2014 para providenciar aterros sanitários

Fortaleza. O cearense pode não se dar conta, mas ao descartar o lixo na rua à espera da coleta urbana, apenas 35% do saco lotado de resíduos sólidos produzidos por ele terão destinação adequada. O preocupante é que parte expressiva dos 65% restantes sequer será coletada; enquanto o outro montante desse percentual até irá para a coleta, mas não terá um fim ecologicamente correto.


No Ceará, ainda há muitos municípios que enviam os resíduos para lixões
Foto: Kiko Silva

Em números absolutos, o que aparentemente é uma constatação preocupante passa a ganhar características alarmantes para o Estado. É que os 8,4 milhões de cearenses produzem diariamente pouco mais de 9 mil toneladas de lixo, sendo que 5,8 mil toneladas de tudo isso não têm destinação final ambientalmente adequada.

Desse total, 3,9 mil toneladas chegam a ser coletadas, mas não seguem para os locais ideais (aterros sanitários) reservados para esse tipo de resíduo sólido urbano, no Ceará. As demais 1,9 mil toneladas sequer chegam ser coletadas.

É como se, em todo o território cearense, uma média de 245 toneladas de lixo produzidas por hora não tivesse destino ambientalmente correto, ou o mesmo que 4 toneladas a cada minuto ficassem nessa situação.

Disparidade

O contraste com o que realmente segue para os aterros sanitários é enorme. São 3.171 toneladas de resíduos sólidos urbanos coletados e direcionados para o local mais apropriado. Significa uma média de 132 toneladas a cada hora ou 2,2 toneladas por minuto. Na comparação, praticamente o dobro do que segue o caminho mais adequado ecologicamente não vai para os aterros.

Essa análise foi realiza a partir dos dados encontrados na 10ª edição do Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil, da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), divulgados no fim de maio passado, com base nos números de 2012.

Ranking

Outra curiosidade apontada pelo estudo da Abrelpe é o ranking de maiores produtores de lixo do País, no qual o Ceará ocupa a quinta posição e a segunda colocação no Nordeste. O Estado fica atrás de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Bahia - unidades da Federação com número de habitantes bem maior do que o Ceará.

Há outros Estados, caso do Rio Grande do Sul e Paraná, segundo o Censo do IBGE de 2010, que a população é superior a do Ceará, porém geram menos resíduos sólidos que os cearenses. Além disso, os índices de destinação correta superam em quase o dobro o percentual do Estado. No Rio Grande do Sul, 64% do lixo é direcionado para os locais adequados. No Paraná, índice é de 63%.

O Nordeste inteiro produz 51,6 mil toneladas de lixo por dia, sendo que 17,5% desse volume todo é gerado pelos cearenses. Em primeiro, destaque, a Bahia, com 26%.

A pesquisa da Abrelpe indica também que o cearense é o nordestino que mais gera resíduos sólidos per capita. Cada cidadão do Ceará produz 1,098 kg de lixo por dia. Os baianos são os que mais se aproximam, com média de 1,050 kg per capita.

Em relação aos demais Estados do Brasil, o Ceará fica atrás apenas de Amazonas (1,160 kg), Rio de Janeiro (1,303 kg), São Paulo (1,393 kg) e Distrito Federal (1,599 kg).

De acordo com o professor Gemmelle Oliveira, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE), a metodologia da pesquisa da Abrelpe pode distorcer a realidade dos fatos. Na opinião ele, o Ceará não vive uma situação crítica em relação ao destino adequado da maioria do lixo gerado porque as grandes cidades possuem aterros sanitários.

"O estudo em questão leva em conta o número de municípios. Isso é muito relativo. Nem sempre a quantidade de cidades corresponde ao maior número de lixo gerado", comenta.

Metodologia

Outra observação do professor diz respeito a mais um ponto da metodologia do levantamento, que leva em consideração apenas 46% da população brasileira. "O estudo não faz reflexo do cenário nacional porque não atinge nem metade da população", indica.

Segundo o professor, as principais cidades cearenses e mais populosas (as de maior geração de resíduos sólidos) estão realizando uma destinação final desse material de forma adequada. "Imagine que Sobral, Fortaleza, Caucaia e demais grandes municípios já dispõem de boas condições. Juntos, eles já representam 4 milhões de habitantes, praticamente a metade da população do Estado", compara, criticando o índice de 35% sinalizado pela pesquisa da Abrelpe.

Desafios

De acordo com Gemmelle, o mais interessante neste momento não seria a discussão da quantidade de lixo que está sendo gerada pela população, e sim os desafios para reduzir essa emissão crescente.

"Do meu ponto de vista, é pensarmos no que tem sido efetivamente feito para reduzir essa quantidade. O aterro é apenas o fim de um sistema", especifica.

Na opinião do especialista, o desafio envolve um conjunto de outras questões, como educação ambiental, mudança de tecnologia e dos processos produtivos, enxugamento desses processos procurando viabilizar a fabricação com nível mais próximo possível do zero de resíduos, reutilização e reciclagem cada vez frequentes. "A Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei Nº 12.305/ 2010), é um grande avanço neste sentido ao deixar claro que todos, tanto quem fabrica, quanto quem compra, são responsáveis pelos resíduos".

ILO SANTIAGO JR.
REPÓRTER

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