Biblioteca da Faculdade CDL

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segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Miriam Leitão fala do endividamento das famílias brasileiras e dos números do SPC

Coluna no GLOBO

Lenha na fogueira
Enviado por Miriam Leitão - 20.11.2011 - 09h00m


De 2006 para cá, a dívida das famílias brasileiras cresceu 250%. No mesmo período, a renda subiu 80%. Em 2006, a dívida total era quitada com dois meses e meio de rendimentos. Hoje, o/a chefe de família precisa de cinco meses para pagar tudo o que deve. As famílias não têm percepção do aumento da dívida porque a dilatação dos prazos faz a prestação caber no bolso.

O aumento da dívida e da renda foi calculado pelo economista André Gamerman, da Opus Gestão, incluindo todos os rendimentos dos brasileiros, como salários e transferências do governo, e todas as dívidas. A diferença de ritmo fez o endividamento das famílias em relação à renda anual saltar de 21,97% para 41,83%, em pouco mais de cinco anos (vejam gráfico). O percentual é maior porque a estatística do Banco Central não considera as dívidas que não passam pelo sistema financeiro, como os carnês de lojas. Também não entram cheques pré-datados que ficam retidos com os lojistas.

O presidente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas, Roque Pellizzaro Júnior, diz que 70% das vendas do comércio são feitas a prazo, incluindo cartão de crédito, carnês e pré-datados. Nas cidades maiores, é mais comum o uso de cartões. Nas menores, o cheque e o carnê ainda são fortes. O uso de carnês tem crescido:

— É uma zona obscura de estatística as vendas com carnês e pré-datados porque as empresas varejistas do Brasil são em sua maioria de capital fechado. Nos últimos seis meses os varejistas estão reclamando que as vendas com carnês estão subindo porque as pessoas já estouraram o limite do cartão.

A inadimplência do consumidor permanece baixa, mas tem subido este ano. Em janeiro, era 5,7% das operações. Em setembro, estava em 6,8%. É a maior taxa desde maio de 2010 e acontece no momento em que o desemprego está em 6%. É isso que chama atenção: se no melhor momento a inadimplência sobe, como será se a economia desacelerar ou a inflação comer parte da renda?

— Estamos com a pulga atrás da orelha. O Brasil não tem poupança nem nível alto de securitização. Qualquer desarranjo no orçamento vai se transformar em dívida. A coluna que sustenta o processo todo é o mercado de trabalho. Se mexer no nível de emprego, vai ser um caos. Por isso o BC está certo em estimular a economia — acredita Pellizzaro.

O BC voltou atrás nas medidas de restrição ao crédito. O parcelamento para compra de automóveis voltará a 60 meses, o valor mínimo para o pagamento do cartão de crédito não subirá a 20%. O crescimento do PIB induzido pelo crédito está em ritmo preocupante, segundo o economista José Marcio Camargo:

— O que mais preocupa é o crescimento muito rápido do crédito, entre 15% a 20% ao ano. Nada que cresce a uma taxa assim pode estar em equilíbrio. As pessoas se endividam pensando em aumento de renda no futuro, acham que vão ganhar mais e assim poderão pagar mais. Há risco caso a economia esfrie e o desemprego aumente.

Não é só a desaceleração que preocupa. A inflação tira renda das famílias e isso significa menos dinheiro para quitar dívidas. A alta dos serviços é um problema:

— A inflação tira bastante renda. Quem virou classe C passou a comprar mais serviços, como telefonia, cabeleireiro, TV por assinatura. As pessoas têm muita relutância em cortar o serviço e a renda vai ficando mais apertada — disse Pellizzaro.

O prazo para pagamento de dívidas foi dilatado e isso ajuda a parcela a caber no bolso. Em janeiro de 2006, as pessoas físicas tinham que honrar os compromissos em 318 dias, em média. Em setembro deste ano, o prazo havia subido para 584 dias. Por isso, a renda das famílias em um mês comprometida com o pagamento de dívidas está em patamar baixo, 14%.

Roque Pellizzaro dá uma boa notícia: o brasileiro, quando alertado, se esforça para sair do atraso:

— Entre 60% e 65% das pessoas que vão para o SPC pagam em até 30 dias depois de receber o aviso. O brasileiro é honesto e quer pagar. Quem entra no cadastro não pode fazer novas compras, isso protege o sistema.

A dívida dos brasileiros está crescendo mais rapidamente do que a renda. As parcelas cabem no bolso, mas a dívida em relação à renda anual está subindo. É bom lembrar que o acesso ao crédito é recente e o dinheiro brasileiro é caro demais. A boa notícia é que a maioria dos brasileiros quer usar o 13 para quitar dívidas.



Fonte:
http://oglobo.globo.com/economia/miriam/posts/2011/11/20/lenha-na-fogueira-417364.asp
http://www.cndl.org.br/mostra_ultimas.php?id=3519

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

"Pais publicitários têm dificuldade para controlar o consumismo dos filhos"







Dr. Içami Tiba fala sobre a relação entre crianças e adultos
26 de Setembro de 2011 • 12:55  

Psiquiatra, psicodramatista e educador, Içami Tiba deixou a vida de professor universitário para escrever livros voltados para a família brasileira. Admirado por muitos pais, o autor do best-seller Quem ama, Educa ganhou fama também na mídia e hoje comemora os seus 40 anos de carreira com o lançamento de mais uma obra - Pais e Educadores de Alta Performance. Nesta entrevista, o médico faça sobre a relação entre crianças e adultos e como a publicidade estimula o desejo excessivo por produtos anunciados.



Meio & Mensagem ›› Por que o livro Quem ama, Educa ainda faz tanto sucesso ?


Dr. Içami Tiba ›› A explicação está ligada à quebra de um paradigma. Quanto mais rico um País, menos ele investe em educação. Não temos investimento suficiente. O livro resgata os valores da educação e mostra que só ela pode dar a sabedoria para que as riquezas sejam corretamente aproveitadas. Somente em 2003, foram vendidas mais de 560 mil cópias. Hoje, ele faz parte de um total de 30 obras e mais de quatro milhões de exemplares comercializados no Brasil, Portugal, Itália e Espanha. O livro mais recente é o “Pais e Educadores de Alta Performance”, lançado em julho. Esse trabalho aponta as melhores ações educativas com base e defende mudanças urgentes, começando dentro de casa, com a prática dos valores que realmente importam na hora de educar. Meritocracia, motivação para aprender, alcoolismo e drogas são alguns dos temas tratados tanto sob a ótica dos pais quanto dos filhos.


Meio & Mensagem ›› Qual será o próximo lançamento ?


Dr. Içami Tiba ›› Ainda é segredo. Mas já estou trabalhando em um novo projeto, que deve ser lançado dentro de um ano e meio.


Meio & Mensagem ›› O que mudou na educação ?


Dr. Içami Tiba ›› Os pais de hoje pertencem à geração da “responsabilidade sem liberdade”. Faltou base educativa e hoje eles exageram na importância dada aos bens materiais. Querem comprar de tudo para seus filhos. O amor não mudou, mas falta autonomia comportamental e competência para educar. Em geral, eles não têm conhecimento. E ninguém sente falta do que não conhece, portanto, a dica é estudar e se preparar para educar os pequenos. Castigo também não funciona, senão, a cadeia resolveria. Hoje, muitos assumem o papel de amigos dos filhos porque não sabem ser pais. A função de pai e de mãe não pode mudar.


Meio & Mensagem ›› Qual é o impacto das redes sociais ?


Dr. Içami Tiba ›› Para os pais que assumem o papel de amigos dos filhos, aí vai um alerta: os “amigos” de hoje podem ser facilmente deletados. Esse é um dos principais ensinamentos mostrados atualmente pelas redes sociais e a superficialização das relações.


Meio & Mensagem ›› A propaganda atrapalha a educação dos filhos ?


Dr. Içami Tiba ›› Não. Os publicitários são formadores de opinião e têm um papel importante. Mas até eles se perdem na hora de educar. Há uma confusão entre a atuação profissional e pessoal e, muitas vezes, eles se esquecem de que também são pais. Acabam se queixando da dificuldade de controlar um consumo que eles mesmos incentivam. O consumismo é justamente a principal reclamação associada ao meio publicitário hoje considerando os atendimentos feitos em consultório. De qualquer forma, a publicidade - dentro do modelo capitalista - cumpre o seu papel. Os pais é que estão mal preparados. Eles não sabem dizer “não” de forma definitiva. Sempre dão a entender que essa é uma decisão momentânea, o que dá margem para novas tentativas dos filhos, gerando inúmeros conflitos e desgastes no relacionamento.


Meio & Mensagem ›› Como a propaganda pode auxiliar ?


Dr. Içami Tiba ›› A propaganda precisa incentivar um consumo consciente. Ela tem o poder de abrir a cabeça das pessoas. Pode levar o consumidor a desejar um produto, mas com ressalvas.


Meio & Mensagem ›› Quais os cuidados com as mensagens voltadas para os adolescentes ?


Dr. Içami Tiba ›› Os profissionais da área de comunicação devem redobrar a atenção ao direcionar mensagens para esse público. Eles não podem fazer propaganda pensando somente nos lucros. Precisam ter sempre a ética em primeiro lugar. A ética não pode ser vendida ou trocada por dinheiro. O segmento de cervejas é um exemplo, pois conseguiram transformar uma bebida alcoólica em refrigerante. Hoje, esse tipo de mensagem já desperta em crianças entre 12 e 13 anos de idade a vontade de experimentar esse tipo de bebida. São 30 segundos dizendo “consuma” e apenas um segundo, ou menos, recomendando moderação.


Meio & Mensagem ›› Há algum outro fator que reflete no comportamento das pessoas ?


Dr. Içami Tiba ›› Existe uma forte influência da própria cultura do brasileiro, que tem o hábito de reproduzir e repetir determinadas ações ou gestos. O pensamento de que “só porque todo mundo faz ou compra eu quero fazer ou comprar também” acaba levando a muitas distorções de comportamento.
 
Sugestão do aluno Carlos Manuel Mendes Cavalcante.

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