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quarta-feira, 6 de março de 2013

Artigo: A loja do futuro em 10 pontos (Parte 1)



A Convenção Anual da National Retail Federation (NRF), que ocorre há 102 edições em Nova York, traz anualmente um balanço do varejo norte-americano e configura-se em oportunidade para repensar o negócio e consolidar tendências.

A edição de 2013 cristaliza a ideia de que os maiores desafios, ameaças e elementos de transformação do varejo estão na relação com o mundo digital. Internet, comércio eletrônico, mobilidade, smartphones, tablets e redes sociais entrelaçam-se e caracterizam-se como mídia, canais, fontes de informação, plataformas de interação e relacionamento.

No varejo dos EUA os canais digitais puxam crescimento de vendas das empresas e já camuflam o efeito de análise de variação em lojas comparáveis. As vendas via canais digitais chegam a representar 30%. Isto não é muito diferente no mercado brasileiro, onde empresas com operações maduras de comércio eletrônico já alcançam participações entre 10 e 20% do total das vendas nos canais digitais.

O comércio eletrônico nos EUA movimentou, segundo dados da Forrester, US$ 212 bilhões em 2012 e se aproxima de 8% do total do varejo no País. No Brasil o grau de maturidade é menor, mas as taxas de crescimento são maiores. Em 2012 as vendas via internet cresceram cerca de 30%, levando o comércio eletrônico a R$ 24 bilhões, o que representa perto de 3% do varejo. Nos EUA as vendas de Natal – que vão do Dia de Ação de Graças até 24 de dezembro – tiveram movimentação de US$ 1 bilhão online, marca histórica. Outro movimento importante foi o início da opção de entrega no mesmo dia da compra por parte da Amazon.com para algumas cidades americanas. Isto combate frontalmente um dos elementos de diferenciação da loja física, a gratificação instantânea.

A revolução móvel - os números do comércio móvel – ou seja, vendas realizadas via celulares e tablets – têm estimativas muito dispersas, com números variando entre US$ 2 e US$ 25 bilhões. De qualquer forma, nota-se aumento na influência do acesso móvel sobre o comércio eletrônico. Segundo dados do Google, o tráfego gerado por dispositivos móveis para sites de empresas varejistas americanas cresceu 67% na temporada de Natal de 2012 sobre o ano anterior. Outro dado relevante é que 55% dos usuários de celulares inteligentes – smartphones – fazem uso deles para comparar preços em lojas no mercado americano.
Redes sociais – a explosão das redes sociais já impacta hábitos de consumo. O compartilhamento de experiências, busca de aval e socialização de compras já é realidade. A próxima fronteira é a integração das redes sociais com as plataformas de comércio eletrônico para torná-las canais de vendas.

Showrooming – a disseminação de smartphones, tablets, conexões móveis e aplicativos para leitura de códigos de barra, QR ou reconhecimento de produtos por imagem, leva a internet junto com o cliente para dentro das lojas. Isto permite levantar informações e comparar preços de forma rápida, definindo compras e processando pedidos em lojas virtuais enquanto visitam as lojas físicas. Este fenômeno popularizou-se e gerou a difusão do processo de showrooming, o que sinaliza potenciais novos padrões de compra nos quais as lojas são usadas como show room para visualização e interação com produtos, que passam a ser comprados via canais digitais, motivados por preços mais baixos e conveniência.

Pesquisa do Google nos EUA detectou que 79% dos usuários de smartphones fazem uso deles em seus processos de compras. Estudo recentemente divulgado pelo Shop.org revelou que nos EUA 47% dos consumidores usaram celulares ou tablets para acessar informações de produtos enquanto compravam em lojas físicas. Estudo da IBM identificou que nos EUA 6% dos consumidores já podem ser considerados “showroomers”. Dentre eles, 48% vão para as lojas para ver produtos e 33% usa seus dispositivos móveis nas lojas.

As empresas de varejo precisam pensar multicanal, construir estratégias e modelos de negócios multicanais, desenhar estruturas organizacionais e plataformas de tecnologia multicanais, comunicar, relacionar-se e vender onde, como e quando o cliente quiser e de forma integrada. A loja precisa ser repensada para manter-se relevante. É possível apontar 10 pontos vitais que definem a loja do futuro: eficiente, fácil de comprar, informativa, socialmente responsável, “empoderada”, envolvente, com mais serviços, personaliza, competitiva e integrada ao mundo digital. Eles pontos serão detalhados nos artigos que seguirão.

Alberto Serrentino (aserrentino@gsmd.com.br), sócio-sênior da GS&MD – Gouvêa de Souza

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