Biblioteca da Faculdade CDL

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quarta-feira, 6 de março de 2013

Artigo: A loja do futuro em 10 pontos (Parte 2)

1 -A loja mais eficiente
As estruturas de custos de operações de varejo físico e digital são muito distintas. Os pontos de vendas físicos sofrem pressão de custos imobiliários, de pessoal e depreciação de instalações físicas que em uma operação virtual não existem. Com isso, as lojas precisam tornar-se mais produtivas, eficientes e extrair o máximo valor e contribuição de cada metro quadrado existente.

No mercado americano, o crescimento da economia e do consumo gerou uma expansão excessiva de lojas, com formatos de grande superfície e ociosidade nos pontos de vendas. Adicionalmente, o desenvolvimento do varejo digital e de novas tecnologias permite racionalizar espaço de exposição e estoque nas lojas. Após a crise econômica de 2008/2009 diversas empresas vêm fechando lojas deficitárias ou pouco lucrativas, repensando seus formatos e buscando aumento de produtividade. A Best Buy foi durante muitos anos uma empresa referência em posicionamento, serviço, entendimento do consumidor, segmentação de mercado, integração de canais, incorporação de serviços e formato de loja. Nos últimos dois anos começou a enfrentar diversos problemas e dificuldade em manter desempenho de vendas positivo, sendo muito pressionada por operações de comércio eletrônico. A empresa está fechando lojas, investindo em formatos menores, ampliando o peso de serviços e mobilidade, expandindo a rede de lojas Best Buy Mobile, com sortimento focado e superfície pequena.

De outro lado, a varejista japonesa Fast Retailing, controladora da rede Uniqlo, possui lojas concebidas para serem montadas e operadas de maneira fácil e produtiva; sua linha de produtos é restrita em termos de modelos,oferecendo ampla variedade de cores, com diversos itens repetitivos.

2- A loja mais fácil
A busca por conveniência e praticidade será demanda crescente entre consumidores. A pressão do tempo e a alternativa conveniente dos canais digitais desafiam o varejo a repensar os formatos. O ponto de venda físico tem que ser intuitivo, com layouts, sinalização e comunicação que permitam ao shopper entender a oferta, encontrar produtos, ser estimulado e realizar compras com o menor esforço e desgaste possíveis. O uso de tecnologia também pode contribuir. Lojas como Uniqlo, Target e Duane Reade oferecem experiência de compra e inovação, porém de forma conveniente.

As lojas são claras, de fácil entendimento, bem distribuídas e sinalizadas. A Macy’s vem empreendendo esforço para repensar suas lojas nos aspectos físicos e integração de canais. Já é possível consultar produtos online antes de ir à loja, usar equipamentos de checagem de preços para verificar disponibilidade de tamanhos e cores; vendedores podem solicitar produtos do estoque, processar vendas e liberar clientes usando dispositivos móveis.

Tanto ela quanto a Walgreens disponibilizam aplicativos para que o cliente tenha os mapas das lojas e a distribuição de produtos. No caso da Macy’s, a ativação de serviço de localização do cliente possibilita sugerir rotas nas lojas e permitirá estimulá-lo com informações e ofertas quando estiver próximo a produtos que costuma adquirir.

Diversas redes de supermercados na Europa oferecem aparelho de self scanner, assistente pessoal de compras e self check out inclusive sem necessidade de releitura dos produtos.

3- A loja mais bem-informada e informativa
Consumidores gostam de visitar pontos de venda porque conhecem produtos, recebem informação e interagem com pessoas e produtos. Diversas redes de alimentos, como Fairway Market, Whole Foods e Wegmans vêm ampliando a oferta de comida pronta, estimulando a degustação de produtos, promovendo eventos temáticos nas lojas e ampliando o grau de comunicação e informação nos pontos de venda. No Whole Foods há informação sobre origem dos produtos e dos produtores, dados nutricionais e de sustentabilidade.

A Apple disponibiliza os Genius Bar para que clientes tirem dúvidas e aprendam a explorar melhor seus produtos; também oferece serviços de treinamento personalizados para usuários e pequenas empresas.

A possiblidade de visualizar preços e estoques usando aplicativos para aparelhos móveis e integração nos sistemas de lojas também amplia o grau de informação. Redes como Best Buy e Ann Taylor permitem às lojas visualizar disponibilidade de produtos para compra online ou reservar o produto a partir de outro, reduzindo perdas por ruptura e frustrações dos clientes.

A responsabilidade socioambiental é um poderoso elemento de conexão entre marcas, lojas e seus clientes. Empresas que valorizam colaboradores, integram-se e apoiam comunidades e empenham-se em ações voltadas à preservação do meio ambiente, alcançam resultados tangíveis.

Na The e Container Store há um forte sistema de valores e valorização de pessoas. A empresa acredita que um colaborador excepcional vale por três, e assim procura recrutar os melhores talentos, remunerá-los acima do mercado, investir em treinamento, delegar poder nos pontos de venda e realizar ações comunitárias a partir das lojas. A Whole Foods é uma empresa surgida de causas ligadas a alimentação saudável, preservação ambiental, respeito na relação com colaboradores, comunidades e fornecedores. Nas lojas é possível saber o impacto ambiental que diversos produtos perecíveis trazem para que o cliente faça escolhas conscientes. É possível selecionar produtos com base em poder nutricional e calórico e as lojas dispõem de recursos e dedicam tempo de suas equipes para ações comunitárias e ambientais no seu entorno.

A rede de lojas de departamentos Belk doa 2,5% de seu lucro antes de impostos para iniciativas comunitárias. Em uma delas, apoia um serviço móvel que leva exames de mamografia para mulheres que não dispõem de recursos para realizá-los.

A Warby Parker, empresa que desenvolve e distribui óculos online e está iniciando uma operação de lojas, constatou que mais de um bilhão de pessoas no mundo que precisariam usar óculos corretivos não têm acesso a eles.

Para cada par vendido eles doam um par para alguém que precisa, engajando os clientes na causa. Um aspecto relevante para motivar a responsabilidade socioambiental é que o grau de consciência e senso crítico cresce a cada nova geração. Na Geração Y já há preocupação, mas na chamada Geração Millenials – ou seja os novos futuros consumidores – é mais intenso e impactará a relação com o varejo.

4- A loja socialmente responsável
A responsabilidade socioambiental é um poderoso elemento de conexão entre marcas, lojas e seus clientes. Empresas que valorizam colaboradores, integram-se e apoiam comunidades e empenham-se em ações voltadas à preservação do meio ambiente, alcançam resultados tangíveis.

Na The Container Store há um forte sistema de valores e valorização de pessoas. A empresa acredita que um colaborador excepcional vale por três, e assim procura recrutar os melhores talentos, remunerá-los acima do mercado, investir em treinamento, delegar poder nos pontos de venda e realizar ações comunitárias a partir das lojas. A Whole Foods é uma empresa surgida de causas ligadas a alimentação saudável, preservação ambiental, respeito na relação com colaboradores, comunidades e fornecedores.

Nas lojas é possível saber o impacto ambiental que diversos produtos perecíveis trazem para que o cliente faça escolhas conscientes. É possível selecionar produtos com base em poder nutricional e calórico e as lojas dispõem de recursos e dedicam tempo de suas equipes para ações comunitárias e ambientais no seu entorno.

A rede de lojas de departamentos Belk doa 2,5% de seu lucro antes de impostos para iniciativas comunitárias. Em uma delas, apóia um serviço móvel que leva exames de mamografia para mulheres que não dispõem de recursos para realizá-los.
A Warby Parker, empresa que desenvolve e distribui óculos online e está iniciando uma operação de lojas, constatou que mais de um bilhão de pessoas no mundo que precisariam usar óculos corretivos não têm acesso a eles. Para cada par vendido eles doam um par para alguém que precisa, engajando os clientes na causa.

Um aspecto relevante para motivar a responsabilidade socioambiental é que o grau de consciência e senso crítico cresce a cada nova geração. Na Geração Y já há preocupação, mas na chamada Geração Millenials – ou seja os novos futuros consumidores – é mais intenso e impactará a relação com o varejo.

5- A loja "empoderada"
Pontos de venda físicos permitem interação entre pessoas. O desafioo para as lojas é lidar com consumidores mais informados, com poder e ferramentas que permitem consultar informações dentro do ponto de venda usando ferramentas digitais.

Tradicionais modelos de gestão de organizações de varejo buscaram ao longo do tempo a centralização e racionalização de funções mais estratégicas, deixando às lojas autonomia limitada e um foco mais operacional.

O racional é a natural busca por economias de escala e eficiência. Porém, observamos que diversas empresas têm buscado dar maior autonomia e poder para equipes de lojas, aproximando-as dos clientes. Na Apple, os atendentes conhecem profundamente os produtos, têm autonomia para resolver questões de trocas e reparos, acessam bancos de dados do cliente, fecham transações e tornam-se elo de confiança com a marca.

Zara e Uniqlo são empresas com reconhecida diferenciação na capacidade de gerenciar ciclos de produtos e cadeia de abastecimento em vestuário. A primeira é voltada para produtos com alto conteúdo e informação de moda, enquanto a segunda apóia-se em básicos com amplo uso de cores. Ambas, porém, delegam poder às lojas para orientarem e influuenciarem o sortimento, reposição e abastecimento de produtos, que são decodificados por sistemas que permitem otimizar mercadorias para cada mercado.

A Macy’s vem implantando há dois anos um ambicioso programa de integração nacional das áreas de compras, com criação de estruturas distritais que customizam o sortimento de cada grupo de lojas para a demanda do seu mercado local.

Em lojas com produtos comparáveis, a equiparação de preços torna-se um elemento constante de pressão. Para que lojas sejam “empoderadas” é preciso haver forte cultura e sistema de valores, treinamento, disponibilização de ferramentas e tecnologia, e modelos de gestão que equilibrem delegação com produtividade.

Os outros pontos serão detalhados no próximo artigo.
Alberto Serrentino (aserrentino@gsmd.com.br), sócio sênior da GS&MD – Gouvêa de Souza.

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