Por Luiz Alberto Marinho
O difícil ano de 2016 vai chegando ao fim e os shopping centers, Brasil afora, começam a enfeitar-se. As decorações natalinas e a presença do bom velhinho transformam o clima nos malls, modificando o comportamento de clientes e vendedores. Apesar de toda a mágica que envolve a data, no entanto, uma pergunta permanece no ar: afinal, o que esperar em termos de vendas deste Natal?
A já tradicional pesquisa do Conselho Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) sobre as perspectivas dos brasileiros para as compras de Natal, dá boas pistas do que vem pela frente. Para começo de conversa, nada menos do que 72% dos entrevistados planejam comprar presentes natalinos. Nas classes A e B esse índice chega perto de 78%. Os motivos? Gostar ou ter o hábito de dar presentes nesta data (53%) e a importância que o gesto possui (36%). Cerca de 21% da população está ainda pensando no assunto e apenas 7% decidiram que esse ano não haverá presentes sob a árvore. O pequeno contingente dos que não presentearão ninguém é formado principalmente por consumidores que precisam pagar dívidas (23%) e desempregados (13%), ou seja, pessoas cuja capacidade de compra está sendo afetada pela crise. Esses números, aliás, são bem parecidos com os do Natal do ano passado.
Ainda segundo o estudo, cada brasileiro deve comprar em média 4,2 presentes neste fim de ano. Nas classes A e B esse número sobe para 5,3. Para quem vão esses regalos? Fácil: em primeiro lugar para os filhos (57%), depois maridos ou esposas (46%) e as mães (45%). Essa lista de prioridades, diga-se de passagem, é igualzinha à do ano passado. O preço médio de cada presente deve chegar perto de R$ 110, pouca coisa maior do que os R$ 107 de 2015. Cerca de 28% apenas pretendem parcelar essas despesas, percentual também semelhante ao do ano passado.
Apesar dos números não serem exatamente ruins, não pense que será fácil separar o brasileiro do seu rico dinheirinho. Nada menos do que 40% dos entrevistados estão decididos a gastar menos e 65% acreditam que os produtos estão mais caros este ano. E tem mais: 85% pretendem pesquisar bem antes de ir às lojas. Vai sobrar para os vendedores a tarefa de tentar fazer com que os clientes abram o coração e a carteira (nessa ordem), elevando o gasto médio.
A maior parte (41%) das pessoas pretende resolver suas compras em shopping centers, percentual que sobe para 48% nas classes A e B. O segundo canal na preferência dos brasileiros no Natal já é a Internet (32%). Em terceiro lugar vem as lojas de departamento (25%), dentro ou fora de shoppings. A escolha da loja será decidida basicamente em cima de três critérios: preço e promoções, qualidade e variedade de produtos e atendimento. Detalhe – apenas 2% afirmam que escolherão o local de compras em função de sorteio de prêmios.
Sabe quais serão os presentes mais comprados? Pela ordem: roupas (60%), brinquedos (42%), calçados (35%), perfumes ou outros cosméticos (30%) e acessórios, como bolsas, cintos e bijuterias (21%). Esses são exatamente os mesmos produtos que estavam no topo da lista de compras de 2015.
O resumo dessa história é o seguinte: este Natal será bem parecido com o do ano passado. O consumidor está preocupado com a crise, mas ao mesmo tempo mostra-se um pouco mais confiante no futuro e sensível aos apelos emocionais da data. Elevar o percentual de compradores, a quantidade de presentes adquiridos e o valor médio de cada um, vai depender muito da capacidade das nossas lojas de praticar preços e condições de pagamento competitivos, de contar com um estoque bem dimensionado e do bom atendimento dos vendedores, diferencial importantíssimo, tendo em vista que o e-commerce se torna a cada ano um concorrente mais representativo dos shoppings, na disputa pelos consumidores.
Esperamos todos que este Natal marque o início da Retomada, com as vendas no comércio voltando a apresentar crescimento. Que ninguém se iluda, no entanto – a retomada será lenta e gradual, com ritmos diferentes em cada mercado e nos distintos segmentos do varejo. Se tudo correr bem, o Natal de 2017 já será bem melhor que este.
Sobre o autor: sócio-diretor da GS&BW
Fonte: GS&MD
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