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quarta-feira, 30 de novembro de 2016

O que escalar o Himalaia pode ensinar a gestores

Por Joann S. Lublin
Mais alpinistas morreram em expedições com diferentes níveis de experiência no Himalaia quando o grupo enfatizou a coesão e não reconheceu a presença de novatos com capacidades limitadas. PHOTO: PEMBA DORJE SHERPA/AFP/GETTY IMAGES

Como escalar o mundo corporativo se compara a atingir o pico do Monte Everest?

Para os executivos que querem ter êxito na montagem de equipes diversificadas, os quase 70 anos de mortes trágicas de alpinistas na montanha mais alta do mundo são uma advertência: equipes corporativas podem prejudicar sua eficácia quando desprezam diferenças individuais importantes no grupo em favor da cooperação.

A conclusão está em um estudo ainda não publicado sobre 5.214 expedições de escaladas feitas por 38.818 alpinistas no Himalaia, a cordilheira que atravessa vários países e abriga o Monte Everest, a cerca de nove mil metros acima do nível do mar. Os grupos que não levaram em conta a nacionalidade dos membros para montar suas equipes tiveram maior sucesso em atingir o topo das montanhas. Mas mais alpinistas morreram durante as expedições quando o grupo ignorou as diferenças em habilidades essenciais, como a própria experiência em escalar o Himalaia.

O trabalho coeso em equipe “é uma grande febre da América corporativa”, com equipes diversificadas frequentemente formadas para resolver problemas complexos, diz a principal autora do estudo, Jennifer Chatman, professora de administração na Faculdade de Administração Hass, da Universidade da Califórnia em Berkeley. Ainda assim, muitos chefes têm dificuldade para liderar grupos diversificados porque se sentem pouco à vontade “trabalhando com pessoas diferentes deles”, diz ela.

Chatman incentivou os líderes de equipes nas empresas para “enfatizar as diferenças que são relevantes e desconsiderar as diferenças que são dispersoras”.

Em sua pesquisa, Chatman e os outros autores, Eliot L. Sherman e Bernadette Doerr, analisaram minuciosamente registros detalhados do Banco de Dados do Himalaia, uma compilação de tentativas de escaladas entre 1950 e 2013. O êxito dos grupos na escalada dependeu significativamente de como os membros lidaram com as diferenças. Os pesquisadores investigaram alpinistas de 80 países e observaram como os grupos que desconsideraram as diferenças de nacionalidade dos membros foram mais propensos a chegar ao topo. “Nacionalidade não tem conexão com ser um bom alpinista”, diz Chatman.

Por outro lado, uma tendência perigosa ficou visível quando os grupos não deram a devida atenção à experiência de seus membros em escalar o Himalaia. Alguns alpinistas haviam escalado aquelas montanhas pelo menos dez vezes. Mas “61% das tentativas foram feitas por alpinistas que nunca haviam escalado na região”, afirma o estudo.

Mais alpinistas morreram em expedições com diferentes níveis de experiência no Himalaia quando o grupo enfatizou a coesão e não reconheceu a presença de novatos com capacidades limitadas. Chatman chama isso de “receita perfeita para a tragédia”.

Os pesquisadores confirmaram a análise que fizeram dos dados das escaladas simulando uma expedição às montanhas em um laboratório. Participantes decidiram como alocar os cilindros portáteis de oxigênio e o caminho a ser tomado, se um mais direto e perigoso até o topo, ou um mais longo e menos arriscado que um membro experiente da equipe recomendou.

Para Chatman, os dois conjuntos de resultados oferecem lições importantes para as empresas. Gestores deveriam ser cuidadosos com o quanto eles “incentivam as equipes a ser coesas porque isso pode cegá-las para a diversidade que existe ali”, diz ela.

Grupos de trabalho também deveriam descobrir quais atributos são relevantes para determinada tarefa e “preservar aqueles que são úteis”, diz o estudo.

Ao mesmo tempo, Chatman incitou as equipes corporativas a dar menos atenção aos atributos mais visíveis, como raça, nacionalidade e gênero, porque esses normalmente “não têm relação” com o sucesso na realização de tarefas.

Sobre o autor:  Editor de notícias de gestão para o Wall Street Journal.
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A Biblioteca da Faculdade CDL, possui disponível para empréstimo o livro "Sentinela de Pedra - a conquista do Aconcágua, de autoria do Rosier Alexandre, em que, conta a sua expedição para escalar o Aconcágua - montanha mais alta da terra fora do continente asiático. 


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