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quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Contextualizando a disciplina


Professor: Mardônio Costa

Disciplina: Estatística Aplicada a Negócios
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Negócios
Diário doNordeste


em seis anos
Aumento da renda faz classe média cearense quase dobrar
Publicado em 23 de agosto de 2011

Visando à colocação profissional, a classe média tem investido mais em educação, como em cursos de línguas

EVERTON LEMOS

Levantamento da SAE, ligada à Presidência, mostra que o estrato passou de 1,65 milhão para 3,2 mi de membros

O crescimento da renda, responsável por transformar a geometria da estratificação social brasileira nos últimos anos, também impactou sobremaneira na ascensão de cearenses à classe média. Entre 2003 e 2009, o número de pessoas inseridas nessa faixa no Estado quase dobrou. Se naquele ano, existiam cerca de 1,65 milhão de integrantes nesse segmento intermediário, há dois anos, essa quantidade chegou a 3,2 milhões de membros, um crescimento de 94%. Os dados são do levantamento "Classe Média em Números", divulgado pela Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República.

Superior à média do NE

O resultado cearense é superior à média nordestina, cujas classes C e D registraram inchaço de 80% no período. A classe alta também apresentou incremento, de 50%, no intervalo, passando de 300 mil para 450 mil membros. Já o estrato mais baixo da população estadual assinalou redução de 19,4%. Em 2003, eram 5,76 milhões; caindo para 4,64 milhões, em 2009.

"A ascensão dessas pessoas tem muito a ver com o crescimento da economia e com o aumento real do salário mínimo, ocorrido a partir da política de valorização apresentada no governo Lula. Com isso, tivemos várias pessoas alcançando essa classe média", explicou o economista Ênio Viana, diretor técnico do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças do Ceará (Ibef-CE). Destaca que muitas pessoas ainda não se reconhecem como membro da classe que ocupa, exemplificando que casais com uma renda de R$ 8 mil reais se veem como integrantes dessa estratificação intermediária, quando na verdade estão acima disso. Classe média é a que tem renda familiar de R$ 1.500. Um casal que ganha dois salários mínimos, cada, já está na classe média", esclarece o economista.

Comércio sente mudança

E com uma massa muito maior de pessoas na posição de consumidores, o comércio sentiu, de forma bastante positiva, os efeitos dessa migração. De acordo com Honório Pinheiro, presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Ceará (FCDL), o crescimento do comércio nos últimos anos, motivado por essa ascensão social, foi notório. Apesar de não detalhar números, ele garante que o tíquete médio do consumidor também aumentou. Inicialmente, os principais itens procurados por essas pessoas são os de primeira necessidade, como alimentos, mas calçados e vestuários também assistiram a um grande incremento nas vendas.

Ciclo virtuoso

Os ganhos do comércio também são corroborados pelo economista Ênio Viana. "Isso é um ciclo. À medida que aumentou o número de trabalhadores com massa salarial alta, cresceu a demanda de serviços para essa classe, gerando mais empregos. Os principais beneficiados são aqueles setores que atendem à classe média, como alimentação, construção civil e vendas de veículos, que são meios consumidos por essa classe. A gente vê claramente o número maior de restaurantes na cidade, a venda de motos estourando, a construção civil acelerada", detalha.

Mas apesar da onda positiva, o comércio começa a se preocupar com uma possível escassez no crédito, e no quanto ele pode ser nocivo ao consumo dessa classe e ao resultado do segmento. "Em 2010, o comércio foi excelente, e o crédito, abundante. Entretanto, se o governo tomar medidas que venham a inibir isso, seguramente seremos afetados", destaca Pinheiro.

Já para Ênio Viana, as atenções devem estar voltadas para a questão da qualificação de mão de obra. Para ele, essa expansão pode ser comprometida pela falta de pessoas preparadas para assumir postos de trabalho compatíveis com a remuneração da classe média. "Se a economia continuar aquecida, podemos chegar no problema de não ter pessoas qualificadas para entrar nessa classe".

Mobilidade

4,64 MILHÕES DE pessoas no Ceará, aproximadamente, estavam na classe baixa em 2009. Seis anos antes, eram 5,76 milhões

OPINIÃO DO ESPECIALISTA

Salário mínimo e crédito foram fundamentais

Por que a classe média cresceu mais no Ceará e no Nordeste do que no resto do País? Cresceu mais porque aonde você tinha uma situação pior, o efeito foi maior. Como no Sudeste você tinha um ambiente de distribuição de renda melhor do que no Norte e Nordeste, o percentual de crescimento no Sudeste foi menor. Nós vivemos em um país com desigualdades regionais muito grandes e essa política, entre outros benefícios, além de ajudar pessoalmente às família e às pessoas a melhorarem de vida, também está promovendo um equilíbrio regional maior. E essa política se baseou em três pontos: primeiro, a questão do salário mínimo. O presidente Lula teve uma política de salário mínimo consistente, com aumentos reais, que permitiram, na década, aumento de mais de 54%. Com isso, as pessoas puderam sentir que estavam tendo ganhos, evidentemente, com ganhos de fato, se sentiram mais seguras. Essa segurança do ganho se soma a da geração de emprego. A política econômica gerou muito emprego. Nós tivemos, pela primeira vez em 2010, da população economicamente ativa, mais de 50% com carteira assinada. Até então, a maioria dos trabalhadores que compunham essa população trabalhava na informalidade. E finalmente, houve a expansão do crédito. O sistema criou a possibilidade de os trabalhadores, através da rede bancária, poderem ter acesso ao crédito, e sobretudo ao crédito consignado. Esses três fatores permitiram que a gente colocasse mais de 30 milhões de brasileiros na nova classe média.

Moreira Franco
Ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE)
 
INCLUSÃO PELO CONSUMO

Acesso a mais serviços e produtos

População dessa faixa de rendimento tem investido parte da sua renda em educação, saúde e entretenimento

Com mais dinheiro no bolso, os consumidores da classe média, principalmente os da classe C, com renda domiciliar média de R$ 2.295,00, estão demandando mais serviços que antes eram voltados às estratificações "superiores". Pagar por uma TV por assinatura, um plano odontológico ou um curso de línguas passou a ser uma realidade para um número maior de pessoas nos últimos anos. Atualmente, de acordo com levantamento da Ipsos, por meio dos Estudos Marplan EGM (Estudo Geral de Meios), cerca de 31% das pessoas inseridas na classe C, no Brasil, possuem televisão por assinatura. Desse total, 41% detêm o combo TV, internet e telefone; enquanto 11% têm somente o pacote que inclui TV e banda larga. Só no Nordeste, por exemplo, 13% da população afirmou possuir o serviço em casa, taxa 2% superior a assinalada no ano passado. Considerando as regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste, esta apresentou participação de 8% no mercado de TV a cabo.

Educação é foco

Outros produtos e serviços também são bastante procurados pelas pessoas que integram a nova classe média. De acordo com o ministro Moreira Franco, da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), da Presidência da República, a demanda é maior para todos os serviços voltados a atender exatamente aos interesses dessa faixa de renda. "Ela demanda todos os produtos voltados para atendê-la, como a parte de qualificação profissional; educação; informática; o setor imobiliário; permitindo a compra da casa própria, usando o FGTS; eletrodomésticos; motocicletas; enfim, esses produtos duráveis e não duráveis que atendem a capacidade de consumo da classe média", explicou Franco.

Foi o que ocorreu com a secretária Josiane Marques. Com uma renda maior, e a partir da necessidade de se colocar profissionalmente, ela resolveu matricular-se em um curso de línguas. "Antes, não se tinha como fazer curso, principalmente as famílias mais pobres. Hoje, é diferente. Saber uma língua é necessário, pois as oportunidades profissionais se abrem. Atualmente, você já encontra uma enorme variedade de preços, e tem como optar pelos mais acessíveis", afirmou Josiane, que estuda na unidade Meireles da UNS Idiomas. Outro segmento beneficiado com essa ascensão foi o de serviços odontológicos. A rede Sorridents, por exemplo, assinalou a marca de um milhão de pacientes, em 2010. Além da procura maior, houve incremento no tíquete médio. (DB)

TV por assinatura
13% Dos nordestinos possuem TV por assinatura, de acordo com levantamento da Ipsos feito em nove regiões metropolitanas.





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