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segunda-feira, 12 de junho de 2017

Profissionais de segurança de TI e cientista de dados estão entre os poucos com aumento salarial





Estudo da Michael Page que analisou 15 setores da economia aponta que 80% dos cargos de média e alta gerência apresentam remuneração estável ou em queda neste ano

Da Redação
12 de Junho de 2017 - 19h28

A instabilidade econômica afetou em cheio o bolso dos executivos no Brasil. É o que revela levantamento recente realizado pela Michael Page, uma das maiores empresas globais de recrutamento de profissionais de média e alta gerência, que faz parte do PageGroup. De acordo com o estudo de Remuneração 2017, oito em cada dez cargos analisados apresentaram remuneração estável ou em queda em relação ao mesmo estudo feito em 2015.

“O cenário para o executivo de média e alta gerência é um pouco diferente daquele verificado há dois anos, quando os funcionários ainda conseguiam negociar melhores ganhos. Com a crise, as empresas foram afetadas e muita gente acabou perdendo o emprego. Para se recolocar, estão tendo que negociar mais e, em muitos casos, com salários 10% a 20% inferiores à última ocupação. Quem ficou, não está conseguindo ter ganhos reais”, revela Ricardo Basaglia, diretor executivo da Michael Page.

Além do tradicional mapeamento de salários, neste ano a Michael Page entrou em contato com mais de 3 mil profissionais de todo o Brasil para entender quais são suas reais impressões sobre o mercado atual. A empresa procurou saber como os profissionais enxergam sua carreira, a posição do empregador no seu desenvolvimento profissional e outros fatores que completam a remuneração.

Uma das áreas que apresentaram mais cargos com remuneração em queda ou estável na comparação com o levantamento anterior foi a de tecnologia da informação. O setor de tecnologia emprega atualmente cerca de 1,3 milhão de profissionais no Brasil. De acordo com a estimativa feita pela indústria de software e serviços, nos próximos quatro anos o país vai precisar de 750 mil profissionais para a área, dado que confirma a grande movimentação no mercado de trabalho brasileiro. A área de TI é cada vez mais estratégica, além de ser muito importante como suporte. Com isso, os profissionais precisam se qualificar e atualizar em cursos como pós-graduações, MBA e outros que lhes concedam uma visão estratégica dentro de sua empresa.

Como em todas as áreas, existem tendências de posições que tiveram incremento salarial devido à demanda atual, como segurança da informação, cientista de dados e inteligência de mercado, além das posições de especialistas em desenvolvimento web (iOS, Android) e algumas linguagens (Java, .Net e outras). Porém, o que diferencia os profissionais é o tempo de experiência, construção de cases de sucesso, idiomas e cursos complementares.

“As principais dicas e informações para profissionais que buscam desenvolver suas carreiras são desenvolver idiomas, incluir cursos que proporcionem uma visão mais estratégica em relação a tecnologia, proatividade em gerar cases de sucesso e resiliência para entender cenários negativos, alta capacidade de trabalhar em equipe ou gerir pessoas, auxiliar no desenvolvimento/coaching da área, dividindo conhecimento, habilidade de comunicação didática para ser um business partner junto às outras áreas, conhecimento de metodologias com Scrum/Agile e principalmente não terceirizar seu desenvolvimento, mas sim procurar sempre estar à frente se capacitando e se desenvolvendo”, enumera Basaglia.

A remuneração média de um gerente de vendas de software em empresa de grande porte passou de R$ 16 mil para R$ 20 mil. Entretanto, um diretor de hardware de empresa de grande porte viu seus rendimentos médios caírem de R$ 32,5 mil para R$ 27,5 mil.

Bancos e serviços financeiros

A área de bancos e serviços financeiros foi a exceção do estudo. Dos 49 cargos verificados, apenas três não registraram aumento na média salarial. A divisão de digital é posterior ao estudo de 2015 e, portanto, não possui histórico de comparação salarial. 

As remunerações na área bancária no Brasil demonstraram um aumento considerável quando comparado com os últimos anos. Um fator comum para a maioria dos salários, no entanto, é que os aumentos mais expressivos em relação a 2015 se referem aos salários de gerentes e heads do departamento. Os bancos de investimento também demonstraram maior volume no acréscimo salarial em relação aos bancos de varejo.

A área digital, aliás, experimenta uma fase de grande euforia. Tanto que no ano passado a Michael criou uma área específica direcionada apenas em recrutar profissionais com expertise em digital. A instabilidade econômica vivida pelo Brasil não foi impeditiva para que os progressos de negócios em plataformas online se desenvolvessem. Na realidade o cenário é o exato oposto: usar de meios digitais tem sido a principal estratégia de negócios ligados ao varejo para expansão do alcance de suas vendas, bem como uma segunda plataforma de vendas que pode funcionar de maneira mais direcionada ao público-alvo através de promoções ou divulgação direcionada.

“A procura por profissionais que atuam em projetos digitais e detêm a expertise para aplicar estas ferramentas e estratégias que estão em constante evolução cresceu 35% no primeiro semestre de 2016. A economia dos negócios digitais tende a crescer ainda mais, além ganhar parcela significativa no mercado brasileiro. O Brasil está no radar de empresas inovadoras direcionadas pela tecnologia e as companhias tradicionais têm buscado desenvolver com maior arrojo suas atuações nas plataformas digitais para manter seu market share, mesmo neste novo contexto competitivo”, conta Basaglia.

Dos 53 cargos listados nessa divisão, é possível apontar alguns destaques. O salário de um head de e-commerce em uma grande empresa, por exemplo, pode chegar a R$ 55 mil. Já um cientista de dados pode chegar a uma remuneração de R$ 45 mil numa companhia de grande porte.

A Michael Page também fez a análise dos cargos por setor para entender o percentual de profissões atingidas pela remuneração estável ou a queda:
  • Supply, engenharia, petróleo e gás, propriedade e construção – 100%
  • Vendas, TI – 97%
  • Saúde – 92%
  • Marketing – 82%
  • Jurídico – 78%
  • Varejo – 73%
  • Seguros – 75%
  • RH – 64%
  • Financeiro – 57%

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