As revoluções mercadológicas sempre marcaram os ambientes de negócios; entretanto, as mais recentes se desenvolvem em um cenário raro, ao mesmo tempo hostil e encantador, que é o cenário da informação velozmente multiplicada e da capacidade de o indivíduo transformar esta informação em conhecimento. O desenvolvimento desta competência extrapolou o mundo corporativo e alcançou a sociedade de modo muito geral, por meio de fenômenos econômicos e sociais que, impulsionados pela tecnologia das comunicações, passaram a regular praticamente nosso cotidiano pessoal e profissional, mudando definitivamente nossa relação com o saber.
Essa mudança exige cada vez mais o conhecimento acadêmico, razão pela qual as salas das instituições de ensino presencial estão lotadas, assim como se multiplicam os cursos de ensino a distância nas mais variadas áreas do conhecimento.
A gestão desse conhecimento precisa ser feita pelas organizações de modo a capitalizá-lo numa ação estratégica que transforme em ações a teoria, afinal, alguém “saber muito” sobre um assunto específico não assegurará ao detentor deste conhecimento a competência do “saber fazer”. Esse conceito de gestão do conhecimento se traduz na visão de que os saberes acadêmicos, assim como os saberes práticos, pertencem às organizações.
Por outro lado, quem colabora dessa forma com as organizações acaba por ter acesso aos processos destas, o que ampliará os saberes dos que delas participam. Essa é uma das mudanças mercadológicas da atualidade - a complementação dos saberes e a amplificação da capacidade de unir academia e prática de modo a produzir resultados tão velozes quanto os avanços das tecnologias de informação.
Dentro desse novo modelo de gestão cujos saberes são compartilhados a fim de se multiplicarem, é necessária ao empreendedor a noção de contribuição que vá para além do lucro e da relação com o cliente. É preciso estabelecer novas relações com o ensino e a aprendizagem, fazendo uso de conceitos pedagógicos cada vez mais intrínsecos às organizações.
O gestor passa a ser aluno e professor, consciente do quanto precisa ser humilde para permanentemente aprender ao mesmo tempo que se mostra conhecedor dos processos teóricos e práticos para permanentemente formar.
Esse modelo de gestor, sim, estará inserido nos conceitos das novas revoluções mercadológicas, absolutamente apropriado das mudanças constantes, mantendo-se preparado para adaptar-se. A compreensão disso depende do empreendedorismo e da marca pessoal do indivíduo - independente de idade, - mas dependerá da junção de habilidades inatas com aquelas adquiridas durante a formação acadêmica e a experiência acumulada pela atuação no mercado.
Homens e mulheres que assim pensam criaram recentemente a Academia Cearense de Administração. Esta tem como atual presidente o dr. João Melo, ex-presidente do BNB. Além dele, brilhantes intelectos ocupam as cadeiras dessa jovem instituição, que nasce com foco na valorização do saber que se faz realizador. Tenho a honra de ocupar a cadeira 17 da Academia, tendo o Clóvis Rolim como patrono.
Honório Pinheiro
presidente@fcdlce.com.br
Presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Ceará (FCDL-CE)
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