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Desemprego leva muitas pessoas ao 'empreendedorismo por necessidade'; especialistas aconselham deixar a frustração para trás e manter o foco.
Por Karina Trevizan, G1
30/11/2017
O trabalho por conta própria continua puxando a recuperação do mercado de trabalho após a crise. Os dados divulgados nesta quinta-feira (30) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que muita gente que não conseguiu se recolocar após perder um emprego com carteira assinada está partindo para o “empreendedorismo por necessidade”.
Tocar um negócio próprio propõe muitos desafios, mas, quando o empreendedor tem poucos recursos e nenhuma experiência, eles podem ser ainda maiores.
Veja abaixo algumas dicas para quem está investindo no próprio negócio pela primeira vez. As recomendações são de Fabrício Morini, autor do livro “Faça Seu Negócio Decolar”, e Reginaldo Gonçalves coordenador do curo de Ciências Contábeis da Faculdade Santa Marcelina.
1. Não se deixe abalar pela frustração
Frustração pela perda do emprego não deve atrapalhar o novo negócio, dizem os especialistas (Foto: Shutterstock)
Ser demitido e não conseguir se recolocar no mercado de trabalho é uma situação difícil para qualquer profissional, e é natural que as pessoas se sintam mal em relação a isso. No entanto, se empreendedorismo é um passo adiante, deve ser encarado exatamente dessa forma, deixando a frustração para trás.
“Alimentar a frustração pode dificultar, trazer problemas”, diz Gonçalves. “Se você começa um negócio como se fosse obrigado, ele não vai para frente. Você tem que sonhar com algo diferente para que possa ser visto no mercado e ter sucesso.”
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“Se empreender fosse fácil, qualquer um faria. Mas empreender é a atitude de continuar sempre em movimento”, complementa Morini.
2. Não dê um passo maior que a perna
Empreendedor precisa saber de quanto dispõe para o negócio (Foto: CHAD SPRINGER / IMAGE SOURCE)
Esse é um dos erros mais comuns entre os empresários de primeira viagem, diz Morini. Uma pessoa que fizer um investimento maior do que pode arcar sem ter certeza se as vendas terão sucesso pode se complicar.
Outro risco é se comprometer com uma dívida bancária para empreender. “Empréstimo em banco é muito caro. A pessoa que já vai começar a trabalhar para pagar os custos e o banco vai ter um problema de fluxo de caixa em breve, pode acabar se complicando”, orienta o especialista.
3. Explore as áreas em que você tem mais facilidade
Ter familiaridade com o produto ou serviço que está vendendo é uma boa vantagem para o empreendedor, dizem os especialistas.
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“O que aconselhamos é procurar aquilo com o que se tenha tranquilidade para trabalhar, seja um produto ou serviço”, diz Gonçalves.
4. Saiba para quem você está vendendo
O empreendedor precisa conhecer o público alvo para oferecer o produto ou serviço que se encaixe em suas necessidades. Somente assim conseguirá emplacar as vendas, ensinam os especialistas. “Faça uma avaliação de mercado para ver onde está se enfiando”, recomenda Morini.
Isso porque, conhecendo os consumidores, o pequeno empresário terá mais capacidade de oferecer algo que seja vendável e, ao mesmo tempo, inovador. “O nosso mercado é saturado, e a gente acaba não vendo muita novidade”, aponta Morini.
Uma vez decidido qual é o produto a ser vendido, o especialista recomenda determinação. “É preciso ter disciplina para empreender, e foco. O foco é ter uma ideia, executá-la e finalizá-la. Não adianta ficar ‘chocando’ as coisas.”
5. Busque capacitação
Para aprender sobre gestão de negócios e administração, o empreendedor tem várias alternativas de cursos, alguns são gratuitos. Para isso, a internet é uma boa fonte de pesquisa.
“Basta ter interesse. O próprio Sebrae estimula o micro e pequeno empresário a fazer isso”, recomenda Gonçalves.
6. Prepare-se para ficar um tempo sem lucrar
Antes de começar o negócio, empreendedor deve se planejar para operar no vermelho no início (Foto: Marcelo Brandt/G1)
Por mais que o empreendedor esteja abrindo o negócio por uma “emergência”, é preciso saber que leva tempo até que ele se torne rentável. Por isso, é preciso se preparar.
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“O empreendedor tem que saber que ele vai operar um tempo no vermelho”, alerta Morini. “
"É preciso projetar as coisas: quando tempo vai operar no vermelho? De quanto capital vai precisar?”, ensina.
Ele explica que a pessoa precisa saber todos os gastos que a empresa vai ter e qual valor mínimo precisa vender para manter essas despesas. Deve calcular também parcela de lucro para amortizar o investimento inicial que ela fez, afirma Gonçalves.
7. Não misture as contas pessoais com as da empresa
“O maior desafio é saber controlar o dinheiro”, avisa Gonçalves. “Muitos misturam a parte relacionada à pessoa física por sentirem que continuam atuando como empregados.”
Para evitar que isso aconteça, o faturamento da empresa precisa ser analisado tendo em vista seus custos fixos e variáveis. O que sobrar dessa conta – ou seja, o lucro – que é a remuneração do empresário.
8. Pense em se formalizar
Mutirão do MEI em Rio Preto (Foto: Reprodução/TV TEM)
Quando um empreendedor tem poucos recursos, é natural que o negócio tenha início no mercado informal, sem abertura de empresa com CNPJ. No entanto, a formalização é importante, aponta Gonçalves.
“O que orientamos é partir para um negócio pequeno, começar a se formalizar através do MEI, por exemplo”, diz o especialista, apontando que, formalizado, o empreendedor se mantém contribuindo com o INSS para garantir o direito a aposentadoria.