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terça-feira, 7 de agosto de 2012

Novas oportunidades de negócios para o comércio varejista: complexo do Pecém






NOVAS OPORTUNIDADES
Complexo do Pecém na mira do comércio

07.08.2012

Entidade contratou o mesmo consultor que realizou estudo para a siderúrgica, a fim de auxiliar na investida

Alvo dos investimentos mais significativos do Estado, o Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp) tem despertado cada vez mais o interesse de outros investidores, além dos industriais. O desenvolvimento econômico da região chamou a atenção, desta vez, da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) de Fortaleza. A entidade contratou o mesmo consultor que fez um estudo sobre possíveis fornecedores para a Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), Durval Vieira de Freitas, para estudar novas oportunidades de negócios para o comércio varejista na área.

 













Comércio local quer entender como abastecer as grandes empresas do Pecém 
Foto: Tuno Vieira
"O nosso comércio não tem nem cultura e nem conhecimento de como vai trabalhar ou abastecer as grandes indústrias. Queremos trabalhar isso por que não podemos perder espaço para outros comerciantes que venham de fora do Estado", ressaltou o presidente da CDL Fortaleza, Freitas Cordeiro, durante visita ao Metrô de Fortaleza (Metrofor), na manhã de ontem.

Planejamento

Ele contou que uma reunião já foi marcada com Durval para o próximo dia 22, na qual estarão presentes a diretoria da CDL e mais um grupo de grandes empresários cearenses. Inicialmente, a meta é levar grandes investidores à região para estudar e ocupar o espaço deixado no comércio de lá.

"Não estamos restringindo os pequenos, mas, no primeiro momento, estamos fazendo com estes e depois vamos alargar isso para os pequenos", ponderou Freitas Cordeiro. Ele ainda reconheceu investimentos do setor na região, como a Cidade da Confecção, e destacou a intenção de chegar ao complexo para trabalhar diretamente com os grandes empreendimentos, atendendo e identificando nas necessidades deles, possíveis negócios para o comércio varejista cearense.

Trabalho coletivo

De acordo com Cordeiro, a ideia da CDL é unir os empresários com o consultor para formar uma "inteligência coletiva" para a criação de novas oportunidades. "Ele (Durval Vieira de Freitas) vem justamente sentar conosco para que possamos estudar. Daí vão nascer rodadas de negócios, vão surgir visitas guiadas a polos onde se encontrar uma realidade semelhante para que a gente possa aprender com quem já fez", detalhou.

Falando na formação de uma "inteligência coletiva", o presidente da CDL afirmou do trabalho em conjunto para estabelecer "um link com todos" os envolvidos no processo produtivo do Cipp, sejam industriais ou os empresários interessados nas oportunidades a serem criadas. "O Durval é preparado. Eu o achei uma pessoa fantástica e deverá ser um grande facilitador para as nossas questões, mas nós vamos trabalhar em conjunto", reforçou. O contato com o consultor, segundo Freitas Cordeiro, foi feito há cerca de 15 dias, quando Durval visitava o Ceará, através de Régis Dias, do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no Estado (Sebrae-CE), e Cristiane Peres, da CSP.

Ações simultâneas

Sobre o tempo que possa durar o mapeamento, o presidente da CDL disse da intenção de fazê-lo simultâneo às reuniões, à medida que a consultoria evolua com as opiniões e à expertise trazida pelos associados. O estudo encomendado pela CSP a Durval levou cerca de dois anos e resultou na identificação da vocação dos pequenos industriais do Ceará e como eles poderiam se relacionar comercialmente com a siderúrgica, o que deve se distinguir do que pretende a CDL, pela agilidade e capilaridade do varejo.

Metrofor ajuda a aquecer varejo

O início da operação do Metrô de Fortaleza (Metrofor), no trecho entre a Parangaba e o Centro, no dia 15 de outubro, mesmo que na fase de teste, deve gerar impactos positivos que vão além da mobilidade urbana. A avaliação é do presidente da CDL Fortaleza, Freitas Cordeiro, o qual prevê um aquecimento (ainda sem estimativa) nos estabelecimentos varejistas localizados nos entornos das 24 estações distribuídas entre Pacatuba e o Centro da Capital.

 













CDL estima que estabelecimentos comerciais no entorno das estações do metrô, entre Pacatuba e o Centro de Fortaleza, devam ter as vendas acrescidas por conta do grande fluxo de pessoas 
foto: Edilene Vasconcelos

“O que vai ser prospectado de negócio daqui para a frente por conta desta obra não dá nem para ser dimensionado”, garante. Nas paradas, devem circular, segundo o assessor da presidência do Metrofor, Fernando Mota, 350 mil pessoas por dia quando a operação comercial estiver plena – ou seja, no primeiro trimestre do próximo ano.

“Isso vai proporcionar clientes que nós jamais pensamos em atender, de outros bairros e até de outras cidades, o que vai acrescentar mais movimento à nossa loja”, acrescentou o diretor comercial do Mercadinho São Luiz, Severino Ramalho Neto, cuja rede tem uma unidade próxima à uma estação e a qual, mesmo sem o funcionamento do Metrofor, já registra três mil pessoas por dia de movimentação.

‘Sacrifício necessário’

Já sobre os prejuízos causados pelas obras do metrô e até a quebra de alguns negócios, o presidente da CDL avalia de forma positiva: “algumas pessoas foram sacrificadas nesse processo, mas acredito que esse sacrifício valeu, pois o que ele (o metrô) representa hoje para milhares de pessoas com um futuro muito extenso não tem medida”.

O diretor comercial da Acal, Gilberto Costa, endossou o dito por Freitas quando relatou o fechamento de diversos pequenos negócios ao longo da Avenida Tristão Gonçalves, no Centro da Cidade, até a estação João Felipe, onde possui uma loja.

O trecho foi um dos primeiros submersos a serem feitos e interrompeu o trânsito de pessoas nas ruas satélites à avenida. “Muitas empresas padeceram. Nós até tivemos de fechar, mas aproveitamos para poder reformar a loja e nos prepararmos para esse novo momento, voltados ao público C que frequentará a estação”, contou.

2º semestre 10% maior

O presidente da CDL aproveitou a visita às estações do Metrofor para anunciar a expectativa de 10% de crescimento nas vendas do varejo para o segundo semestre deste ano. “Se o primeiro semestre foi positivo, com o varejo crescendo 8,3%, então não tem razão nenhuma para que a gente não projete o segundo semestre com crescimento de 10%”, justificou. Freitas ainda confessou não estimar esta alta no começo do ano por conta de altos e baixos passados pela economia internacional que refletiam na brasileira e na cearense. Já a taxa de 10% é classificada por ele como “fantástica para o ano que estamos vivendo”.

ARMANDO DE OLIVEIRA LIMA
REPÓRTER
Publicado originalmente em:

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