Essa matéria fala sobre a vida de Fernando Yunes, mais especificamente sobre seu acidente, e nos faz refletir se estamos dando o máximo ou se estamos conseguindo ser bons o suficiente para darmos orgulho a nós mesmos.
Segue abaixo a matéria da revista Você S/A.
Horácio Neto
Estagiário da Biblioteca
Vida nova após o susto
Omar Paixão / VOCÊ S/A
Fernando Yunes, da Whirlpool: após o acidente, ele terminou um noivado e repensou sua carreira em menos de um mês
São Paulo - O executivo paulistano Fernando Yunes, de 39 anos, vice-presidente de novos negócios da Whirlpool, sempre soube como direcionaria sua vida profissional.
São Paulo - O executivo paulistano Fernando Yunes, de 39 anos, vice-presidente de novos negócios da Whirlpool, sempre soube como direcionaria sua vida profissional.
Com duas faculdades — engenharia mecânica e administração — e MBA em negócios na Universidade de Michigan, Fernando fez carreira em consultorias de gestão e negócios, com passagem pela AT Kearney e Bain&Company, até que o choque causado por um acidente aéreo
mudou sua vida e suas escolhas pessoais e profissionais. A seguir,
Fernando fala de sua carreira e do que mudou depois dessa experiência.
“Quando comecei minha carreira em consultoria, meu projeto era ter
experiência com a alta liderança das empresas e trabalhar em projetos de
áreas diferentes para acelerar meu aprendizado. Queria ter uma base de estratégia
e em solução de problemas. Passei pelas consultorias AT Kearney e
Bain&Company, onde fiquei durante cinco anos, e cresci muito. Lá
cheguei a gerente, um cargo antes de sócio.
Em julho de 2007, escapei por pouco de um acidente. Uma aeronave caiu
sobre o edifício da área de cargas da TAM, em São Paulo, onde eu estava
tocando um projeto. Era para eu estar lá na hora da tragédia, mas, por
causa de uma reunião fora, decidi não voltar à empresa naquele dia.
Perdi vários amigos nesse desastre. Poderia ter morrido. Naquele
momento, percebi que precisava mudar minha vida e o que não estava me
deixando feliz. Nessa mesma época, fui procurado por um headhunter, que
me propôs uma transição profissional: sair da consultoria e trabalhar
como executivo.
Era muita coisa em minha cabeça. Sentia que precisava parar. Aproveitei
um treinamento que tinha em Barcelona, logo após o acidente, para
colocar a cabeça em ordem e repensar minha vida e a carreira. Terminei
meu noivado, emendei o treinamento com minhas férias e fiquei 20 dias na
Espanha, com dois amigos.
Precisava desse tempo para esquecer a tragédia. Na última noite,
enquanto corria um pouco para me exercitar, encontrei a irmã de um
amigo. Ela também tinha acabado de terminar um noivado. Saímos,
conversamos e acabamos ficando juntos. Iniciamos um namoro e hoje
estamos casados.
Após o fim da viagem, comecei a pensar na proposta do headhunter. Por
que não mudar? Percebi que poderia me sentir mais realizado, mais feliz
no trabalho com essa mudança. Depois de pesquisar o mercado e conversar
com alguns colegas, resolvi aceitar. Era hora de arriscar.
Quando olho para trás, vejo que repensei toda a minha vida pessoal e
profissional em pouco mais de três semanas. Hoje estou realizado nessas
duas dimensões — sou casado, tenho duas filhas e vivo minha maior
conquista profissional: fui promovido neste ano a vice-presidente de
novos negócios da Whirlpool.
O acidente me fez refletir sobre o futuro e ter coragem para ousar. Não
dá para trabalhar por trabalhar. Todo dia tem de ser bom, tem de valer a
pena.”
Fonte: Você S/A
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