Se conseguirmos medir a execução dos
nossos processos em tempo real, então conseguiremos gerenciá-los também em tempo
real
Jorge Serrano Pinto *
Publicada em 14 de outubro de 2016 às 10h22
A
famosa frase do autor norte-americano William Edwards Deming "O que não
pode ser medido, não pode ser gerenciado" continua atual, sem qualquer
dúvida. Nos dias em que vivemos, nos quais todos olhamos para os processos do
nosso negócio para deles extirparmos a maior quantidade de custos possível, o
grande desafio começa por identificar formas de fazê-lo.
Desse
exercício resulta a necessidade de identificação e construção de KPI’s
(indicadores-chave de desempenho, numa tradução livre do acrônimo inglês) que
comecem por retratar uma realidade e que, com o passar do tempo, possibilitem o
acompanhamento da evolução da mesma. São nesses indicadores que a atenção de
vários níveis de uma empresa deverá estar focada, desde o nível operacional,
com indicadores mais orientados para o dia a dia, até o gerencial, que lidará
com KPI’s mais consolidados.
Como
seria de esperar, a logística não pode ser exceção a esta prática. É muito
interessante chegar à conclusão, juntamente com os responsáveis de logística,
que, ao fim do dia, o que é verdadeiramente pretendido é o controle, por meio
da medição da operação, para poderem gerenciá-la e otimizá-la. Porque, tal como
concluímos da frase de Deming, não poderemos gerenciar o que não somos capazes
de medir.
Também
com o software para a área de logística, a realidade não poderia ser outra. Ao
implementar um sistema de software para a cadeia de abastecimento (por
meio de produtos como o WMS para os armazéns, TMS para os transportes, YMS para
o pátio etc.), é fundamental que se conheça a realidade pré e pós-projeto, bem
como a evolução desta com o decorrer da operação normal, já otimizada pelas
ferramentas.
Tendo
em mente fases e objetivos, é possível, primeiramente, saber se o ganho obtido
com a implementação das soluções de software, que deverão, inclusive, permitir
calcular o ROI. Mas, passada a etapa inicial, esses mesmos KPI’s deverão ser
utilizados para medir, se possível em tempo real, a execução da operação
logística e, desta forma, gerenciar simultaneamente a mesma.
Deste
jeito, fica fácil de entender que a medição dos KPI’s não é um fim em si mesmo,
mas algo que pretendemos manter, juntamente com os novos sistemas informáticos.
Aliás, indo um pouco mais longe, esses softwares de logística deverão
proporcionar uma visão da execução por meio da apresentação de
indicadores-chave, seja de forma numérica, gráfica ou ambas.
Em
outras palavras, a implementação de uma boa solução de software de logística,
que permita medir para gerenciar a execução dos processos da operação, deverá garantir
uma gestão pró-ativa, que alerte o usuário para os "pontos fora da
curva", de maneira que ele se detenha no que precisa ser resolvido de
imediato.
Uma
realidade na qual não existam desvios em relação ao planejado é uma utopia, mas
quanto menor for o tempo e custo de reação, melhor estará a operação e, como
tal, melhores serão os resultados.
Portanto,
medir é fundamental. Porém, sendo o gerenciamento algo que acontece ao longo do
tempo e a medição algo pontual, é fácil concluir que precisamos de medições
constantes. Se conseguirmos medir a execução dos nossos processos em tempo
real, então conseguiremos gerenciá-los também em tempo real. Com isso, teremos
uma visão permanentemente atualizada de toda a operação, identificando os
problemas no momento em que eles acontecem.
Diria
que, assim, seríamos capazes de alcançar o "sonho de consumo" de
todos aqueles que desejam uma operação controlada e otimizada do ponto de vista
operacional e, portanto, financeiro.
(*)
Jorge Serrano Pinto é especialista em logística da
Divisão Aplicativos da Sonda IT
Fonte: Cio.com.br
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