Das Confederações
Apenas 43% dos varejistas da Capital estão se preparando para a Copa
25.04.2013
Por não considerar o evento importante ou por falta de recursos para aplicar, 57% não vêm se preparando
Há menos de dois meses para o início da Copa das Confederações, tendo Fortaleza como uma das cidades-sede, apenas 43% dos comerciantes locais vêm se preparando para receber o evento. Este é o pior índice entre as capitais nordestinas que vão abrigar o torneio, uma vez que em Salvador e Recife, 54% e 52% dos empresários do setor, respectivamente, estão nessa mesma condição. Por aqui, entre aqueles que estão se preparando 69% tomaram a iniciativa há menos de seis meses.
Os resultados são de pesquisa encomendada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) realizado com varejistas e prestadores de serviços das seis cidades-sede do evento e revela percepções do empreendedor brasileiro sobre o nível de capacitação do próprio setor, a qualidade da infraestrutura do País para receber a Copa das Confederações e as expectativas sobre o perfil do consumidor estrangeiro.
O porquê do despreparo
Segundo o documento, entre os motivos mais citados pelos 57% de comerciantes cearenses que não vêm se preparando para o torneio está o fato de não considerá-lo importante, com 20% das respostas; seguido de falta de capital para investimento (13%), não vê retorno para o negócio (12%) e falta de apoio governamental (12%).
Já entre os varejistas que vão investir no próprio estabelecimento para atender a demanda com a Copa das Confederações, a maioria (82%) teve que usar dinheiro do próprio bolso e somente 18% tomaram empréstimo em bancos, financeiras e outras fontes. Na média geral entre as cidades-sede, esses índices ficaram em 77% e 23%, respectivamente.
"É inaceitável que oferta de crédito no Brasil ainda seja direcionada para o grande empresário, sendo que 95% do comércio brasileiro é composto por micro e pequenas empresas. Os empréstimos não os alcançam, porque as taxas de juros oferecidas são caras e o acesso ao crédito é extremamente burocrático", argumenta o presidente da CNDL, Roque Pellizzaro Junior.
Embora o levantamento revele que 91% de todos os varejistas cearenses entrevistados acreditam que Copa das Confederações trará novas oportunidades de desenvolvimento para os negócios - aumento das vendas em torno de 32%, em média -, a maioria (83%) dos comerciantes nunca participou de palestras ou treinamentos de capacitação no atendimento ao turista.
"Apesar de toda publicidade do governo federal sobre uma política de treinamento e capacitação, o resultado que chegamos é de que o empreendedor não está sendo alcançado por esses programas", avalia Pellizzaro Junior.
Iniciativas
Entre os empresários da Capital cearense que estão se preparando para a Copa das Confederações, as principais ações-foco são: treinamento da equipe (76%), ampliação de estoque (30%), aumento da variedade de produtos e serviços ofertados (35%) e investimento na infraestrutura do estabelecimento (34%). "Com a perspectiva de aumento da demanda durante a Copa das Confederações, os empresários buscam se atualizar com questões relacionadas à capacitação de sua equipe e à oferta de mercado", explica o presidente da CNDL.
Infraestrutura
Tendo em vista a percepção dos empresários quanto à infraestrutura que o Brasil atualmente possui para receber a Copa das Confederações, o País foi considerado despreparado na maioria dos quesitos avaliados.
Os setores mais desacreditados pelos varejistas cearenses são: transporte público (95%), saúde (98%), segurança pública (94%), infraestrutura acessível a pessoas com deficiência (88%) e limpeza urbana (82%).
Expectativa para o consumo estrangeiro
Ao compararmos o comportamento dos turistas em relação ao dos atuais clientes, os entrevistados na Capital cearense afirmaram que o poder aquisitivo (73%) e a nacionalidade (68%) serão os grandes diferenciais.
Entretanto, a formas de pagamento utilizadas (75%), a exigência quanto ao preço (65%) e à variedade dos produtos e serviços (54%) serão praticamente iguais entre os atuais clientes e os turistas que aqui virão. Isso demonstra, conclui a pesquisa, que com o aquecimento da economia, o consumidor brasileiro vem ficando cada vez mais exigente e buscando qualidade e variedade de produtos.
No que tange à preparação do seu funcionário para receber quem vem de fora para a Copa das Confederações, 37% dos varejistas locais apontaram o bom atendimento, 31% o conhecimento e fluência em outros idiomas e 26% a qualidade na prestação dos serviços como o mais importante. (ADJ)
ANCHIETA DANTAS JR.
REPÓRTER
Há menos de dois meses para o início da Copa das Confederações, tendo Fortaleza como uma das cidades-sede, apenas 43% dos comerciantes locais vêm se preparando para receber o evento. Este é o pior índice entre as capitais nordestinas que vão abrigar o torneio, uma vez que em Salvador e Recife, 54% e 52% dos empresários do setor, respectivamente, estão nessa mesma condição. Por aqui, entre aqueles que estão se preparando 69% tomaram a iniciativa há menos de seis meses.
Os resultados são de pesquisa encomendada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) realizado com varejistas e prestadores de serviços das seis cidades-sede do evento e revela percepções do empreendedor brasileiro sobre o nível de capacitação do próprio setor, a qualidade da infraestrutura do País para receber a Copa das Confederações e as expectativas sobre o perfil do consumidor estrangeiro.
O porquê do despreparo
Segundo o documento, entre os motivos mais citados pelos 57% de comerciantes cearenses que não vêm se preparando para o torneio está o fato de não considerá-lo importante, com 20% das respostas; seguido de falta de capital para investimento (13%), não vê retorno para o negócio (12%) e falta de apoio governamental (12%).
Já entre os varejistas que vão investir no próprio estabelecimento para atender a demanda com a Copa das Confederações, a maioria (82%) teve que usar dinheiro do próprio bolso e somente 18% tomaram empréstimo em bancos, financeiras e outras fontes. Na média geral entre as cidades-sede, esses índices ficaram em 77% e 23%, respectivamente.
"É inaceitável que oferta de crédito no Brasil ainda seja direcionada para o grande empresário, sendo que 95% do comércio brasileiro é composto por micro e pequenas empresas. Os empréstimos não os alcançam, porque as taxas de juros oferecidas são caras e o acesso ao crédito é extremamente burocrático", argumenta o presidente da CNDL, Roque Pellizzaro Junior.
Embora o levantamento revele que 91% de todos os varejistas cearenses entrevistados acreditam que Copa das Confederações trará novas oportunidades de desenvolvimento para os negócios - aumento das vendas em torno de 32%, em média -, a maioria (83%) dos comerciantes nunca participou de palestras ou treinamentos de capacitação no atendimento ao turista.
"Apesar de toda publicidade do governo federal sobre uma política de treinamento e capacitação, o resultado que chegamos é de que o empreendedor não está sendo alcançado por esses programas", avalia Pellizzaro Junior.
Iniciativas
Entre os empresários da Capital cearense que estão se preparando para a Copa das Confederações, as principais ações-foco são: treinamento da equipe (76%), ampliação de estoque (30%), aumento da variedade de produtos e serviços ofertados (35%) e investimento na infraestrutura do estabelecimento (34%). "Com a perspectiva de aumento da demanda durante a Copa das Confederações, os empresários buscam se atualizar com questões relacionadas à capacitação de sua equipe e à oferta de mercado", explica o presidente da CNDL.
Infraestrutura
Tendo em vista a percepção dos empresários quanto à infraestrutura que o Brasil atualmente possui para receber a Copa das Confederações, o País foi considerado despreparado na maioria dos quesitos avaliados.
Os setores mais desacreditados pelos varejistas cearenses são: transporte público (95%), saúde (98%), segurança pública (94%), infraestrutura acessível a pessoas com deficiência (88%) e limpeza urbana (82%).
Expectativa para o consumo estrangeiro
Ao compararmos o comportamento dos turistas em relação ao dos atuais clientes, os entrevistados na Capital cearense afirmaram que o poder aquisitivo (73%) e a nacionalidade (68%) serão os grandes diferenciais.
Entretanto, a formas de pagamento utilizadas (75%), a exigência quanto ao preço (65%) e à variedade dos produtos e serviços (54%) serão praticamente iguais entre os atuais clientes e os turistas que aqui virão. Isso demonstra, conclui a pesquisa, que com o aquecimento da economia, o consumidor brasileiro vem ficando cada vez mais exigente e buscando qualidade e variedade de produtos.
No que tange à preparação do seu funcionário para receber quem vem de fora para a Copa das Confederações, 37% dos varejistas locais apontaram o bom atendimento, 31% o conhecimento e fluência em outros idiomas e 26% a qualidade na prestação dos serviços como o mais importante. (ADJ)
ANCHIETA DANTAS JR.
REPÓRTER
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