07.02.2014
Comércio luta para evitar portas fechadas durante os jogos do Mundial
FOTO: KID JÚNIOR
O comércio de Fortaleza está se articulando para barrar a criação de feriados municipais nos dias em que a Capital cearense irá sediar jogos da Copa do Mundo. Com a perspectiva de que sejam decretados doze dias feriados, resultando na paralisação das atividades comerciais praticamente pela metade de um mês, o segmento projeta uma queda de 60% no faturamento.
Segundo o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Freitas Cordeiro, "considerando a possibilidade de termos doze feriados locais durante o evento e que o setor perde 5% por dia parado, teremos, então, 60% de queda no faturamento das empresas. O governo vai liberar a cobrança de impostos para compensar nossas perdas?", questiona o líder classista.
Encontro com o prefeito
Freitas Cordeiro garante que já esteve com o prefeito Roberto Cláudio e que ele assegurou que o setor do comércio terá assento na comissão que irá definir sobre os feriados. Outra iniciativa da CDL é convencer o executivo municipal a respeito do pleito do setor. "Na próxima segunda-feira o prefeito estará almoçando na CDL durante reunião da diretoria. Vamos aproveitar para mostrar a ele as consequências que tais feriados terão em nosso segmento, impactando diretamente na economia cearense como um todo", antecipa.
Segundo o titular da CDL, a proposta do setor de comércio é que nos dias em que os jogos forem de seleções de outros países não sejam decretados feriados. Já nos dias de jogos da seleção brasileira, a ideia é que a cidade pare só durante metade do expediente. "Não há fundamento nenhum para ter feriado. Se quiserem decretar ponto facultativo nas repartições públicas e suspender as aulas nas escolas particulares, tudo bem, mas parar as atividades nas empresas não se justifica. Nas duas últimas copas não houve feriado; nem na Alemanha, nem na África do Sul. Então, por que decretar feriado no Brasil?", diz.
Freitas Cordeiro defende ainda que feriado é também um agravante na questão da segurança. "No momento em que as pessoas estão feriando, aumenta a violência no trânsito", conta.
Acordo com trabalhadores
Segundo o presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Ceará (Fecomércio-CE), Luiz Gastão Bittencourt, o setor já está com uma reunião agendada com o sindicato dos trabalhadores para discutir como seria o funcionamento durante a Copa. "Precisamos que a prefeitura se pronuncie logo para que possamos entrar em um consenso com os trabalhadores. A ideia é fazer com que eles possam ver os jogos, mas sem prejudicar os consumidores", afirma.
Quem também questiona os feriados durante a Copa do Mundo é o presidente do Sindicato do Comércio Varejista e Lojista de Fortaleza (Sindilojas), Cid Alves. "Houve muitos incentivos por parte dos municípios e do governo federal para que treinássemos funcionários para o Mundial. O investimento foi feito, portanto não tem sentido chegar o dia dos jogos e ficarmos com portas fechadas", opina.
A reportagem tentou entrar em contato com o secretário extraordinário da Copa do Mundo, Domingos Neto, que por motivos de viagem não pôde se pronunciar sobre os feriados na Capital. Através de sua assessoria de imprensa, a Secopa informou apenas que "nada foi definido até o momento".
Fonte: Diário do Nordeste
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