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segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Crescimento do comércio da capital






Mesmo com estiagem

Varejo mantém ritmo de expansão

30.09.2012

Transferências de renda a famílias no Interior do Ceará ajudam a impedir danos maiores para o varejo de Fortaleza

O comércio de Fortaleza é um polo distribuidor. Muito do que se vende no varejo pelo Interior afora é comprado na Capital. Em outros tempos, os comerciantes fortalezenses sentiriam muito mais os efeitos da seca do que hoje. É que com as transferências de renda para as famílias, os interioranos estão se mantendo em suas cidades.

Segundo Honório Pinheiro, "as compras não pararam nem aqui (Capital) nem no Interior" 
FOTO: JL ROSA


"O comércio da Capital, de uma maneira geral, cresceu oito pontos percentuais em agosto e setembro deste ano sobre igual período do ano passado, mesmo com a seca", afirma o presidente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas do Ceará, Honório Pinheiro.


Supermercados
"As compras não pararam nem aqui (Fortaleza) nem no Interior. O que está acontecendo é o desaparecimento de alguns produtos", avalia, destacando que uma pequena parte do varejo da Capital amarga o impacto da estiagem, atualmente.


Margem de lucro
Um deles é o supermercadista. Para evitar repassar a conta para o cliente, uma das estratégias tem sido reduzir a margem de lucro. Mesmo assim, alguns produtos acabam tendo maior elevação. De acordo com o superintendente da Super Rede, Paulo Ângelo Cardillo, "além de reduzir a margem de lucro na venda de produtos em menor oferta, também estamos buscando comprar noutros estados. Porém o Brasil todo está com clima esquisito neste ano. No Sudeste, em plena primavera, está fazendo frio", observa o executivo.






















FOTO: reprodução
 

Já chegou a 83% a quebra da safra do Estado em 2012. O primeiro impacto é no preço dos produtos: banana, leite, tomate, feijão, queijo, milho, carne de frango, farinha de mandioca e por aí vai, pois a lista não é pequena 

Hortifruti

Segundo ele, os hortifrutigranjeiros são os produtos mais impactados com a seca. "O próprio produtor têm ajudado a diminuir o impacto, sacrificando um pouco do seu preço. Até porque ele precisa escoar a produção. Mas em alguns casos, como o do tomate, o preço final chega a aumentar, em média, entre 5% a 10%", afirma. Esse tipo de comportamento reflete também no Produto Interno Bruto (PIB), desaquecendo o desempenho da economia do Ceará tanto na Capital quanto no Interior.

PIB
Apesar de continuar crescendo, o PIB (Produto Interno Bruto) cearense, que avançou 2,9% no primeiro semestre deste ano ante igual período de 2011, poderia ter um desempenho bem melhor não fosse a seca.

Sobre o fato do avanço do PIB cearense ser maior que a elevação média do Brasil, o economista Carlos Manso afirma que é preciso analisar essa informação com cautela. "Temos que ver isso com certo cuidado. É natural que o desempenho seja esse devido à distância do nível econômico do País e do Ceará. Com base muito menor, a variação é maior. Isso é natural. Seria estranho o contrário, a média nacional crescer acima da local", explica Manso.

ILO SANTIAGO JÚNIOR


Publicado originalmente em: http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1187177


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