Por Flávia Lima
SÃO PAULO - O uso dos cartões de débito e crédito deve se sobrepor ao uso do dinheiro no Brasil apenas em 2020, aponta levantamento sobre a evolução dos meios de pagamento no país conduzido pela consultoria em varejo financeiro Boanerges & Cia.
Segundo o estudo, pelo menos nos próximos 30 anos o dinheiro manterá espaço significativo no consumo dos brasileiros. Só em 2050, a representatividade do dinheiro no país vai se equiparar ao nível observado em 2015 nos Estados Unidos.
No ano passado, 39% das transações no Brasil foram feitas em dinheiro, enquanto nos Estados Unidos esse percentual foi de 12%. No Brasil, o percentual de gastos em dinheiro é três vezes superior ao dos Estados Unidos, cuja cultura do cartão é forte.
Nos próximos 20 anos, a expectativa é que o dinheiro movimente mais de R$ 1,1 trilhão ao ano, ou aproximadamente 17% do consumo privado. Comparado a outros países desenvolvidos, o Brasil ainda é um país em transição para outros meios de pagamento como cartão, celular, transferências eletrônicas e débito automático.
Segundo o estudo, a força do dinheiro se concentra especialmente entre as classes de baixa renda. Neste público, o dinheiro é usado em oito de cada dez transações. Atualmente, cerca de 22,4 milhões de adultos não têm relacionamento bancário no Brasil, cenário bastante diferente dos países desenvolvidos. Em 2013, 51% dos brasileiros ainda recebiam salário em dinheiro.
Embora ocorra a passos lentos, o volume de consumo pago com cartões entre 2010 e 2015 aumentou enquanto os gastos com papel moeda registraram queda, que foi acentuada em 2015 pelo cenário de crise econômica e consequente diminuição do consumo privado.
Parceira da consultoria no estudo, a Associação Brasileira das Empresas de Transporte de Valores (ABTV) avalia que os números confirmam que o setor de transporte de valores é extremamente importante e estratégico para o Brasil. Para a associação, que diz movimentar cerca de 95% do capital nacional, essa continuará sendo uma realidade pelas próximas décadas no país.
Fonte: Valor Econômico
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