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quarta-feira, 28 de outubro de 2015

A cor não importa - Artigo de opinião


Foto: Google
D. Gracinda Pinheiro, minha mãe, foi a mulher mais forte que conheci. Ao mesmo tempo, tinha temperamento avesso aos conflitos. Vítima de câncer de mama, ela partiu para a vida eterna há 15 anos, em um outubro que naquela época nada teve de rosa.

Hoje, no entanto, identifico-me profundamente com esse movimento conscientizador contra o câncer de mama - O Outubro Rosa. Também com o Novembro Azul, criado para conscientizar os homens sobre a prevenção do câncer de próstata e de outras doenças masculinas.

Esse caminho preventivo deve motivar a participação da sociedade, de empresas e entidades na proteção dos homens e das mulheres que integram – de diferentes formas – o nosso cotidiano, incluindo-se o mercado de trabalho, onde a força feminina é cada vez maior.

Integrante de uma geração percussora da chegada da mulher a esse mercado de trabalho, D. Gracinda jamais limitou as filhas à vida doméstica, ao contrário, estimulava que fossem financeiramente independentes. Muitas outras mulheres de sua geração devem ter procedido da mesma forma, por isso, cada vez mais se vê mulheres dentro das empresas e entidades na busca pela ampliação do seu espaço, inclusive no comando das instituições, o que tem feito as mulheres ocuparem não somente a liderança das empresas, mas também das famílias. Dados do IBGE dizem que 37,3% das mulheres são as principais mantenedoras de seus lares.

O setor varejista reconhece essa necessária ascensão das mulheres. A quantidade de empregadoras no Brasil cresceu 19% em uma década – entre os homens, esse aumento foi de apenas 3%. É o que aponta o Anuário das Mulheres Empreendedoras e Trabalhadoras em Micro e Pequenas Empresas, elaborado pelo Sebrae em parceria com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). As mulheres já correspondem a 31% do total de donos de empresas. Além disso, graças a movimentação que dão ao setor varejista, principalmente nas áreas de vestuários e cosméticos, o Brasil é o 3o maior mercado consumidor de produtos ligados à beleza.

Nem mesmo a alta do dólar e dos impostos desanimaram os empresários que investem no segmento. O faturamento do setor em 2014 superou os R$ 100 bilhões, o que representa 1,8% do PIB brasileiro. As corporações e os governantes precisam perceber que a maior participação feminina é de extrema importância para a economia global, pois ainda são poucas as empresas hoje que dispõem de programas pró-igualdade.

Como varejista e presidente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas - CNDL percebo que os desafios ao empreendedorismo ainda são grandes, trata-se de uma espaço a ser conquistado por toda a sociedade, tanto pelas mulheres quanto pelos homens. Ao contrário das cores, na vida e no mercado de trabalho não é necessário haver distinções, vamos lutar para construir um cenário em que as oportunidades iguais de trabalho e os esforços integrados não contenham diferenças, apenas congruências.

Honório Pinheiro - Presidente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas.

Confira o artigo publicado na edição de hoje do Jornal O Povo

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