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quarta-feira, 1 de outubro de 2014

"Tenha um mentor" é o que recomenda a matéria do PEGN!

Sempre temos que ouvir os mais experientes seja qual for a área, principalmente na área dos negócios. As experiências a serem passadas podem evitar muitos possíveis erros e ainda otimizar os acertos.

Marcos Hashimoto é Coordenador do Centro de Empreendedorismo da Faap, consultor, palestrante e colunista do Pequenas Empresas e Grandes Negócios (PEGN). Ele recomenda que se tenha um mentor comentando suas próprias experiências nesse artigo. 

Tire uma lição não só na área do empreendedorismo, mas também na vida e uma boa leitura! 


Horácio Neto
Estagiário da Biblioteca

TENHA UM MENTOR

As chances de sucesso do seu negócio crescem consideravelmente quando você pode contar com o auxílio de um empreendedor experiente 

Jair foi um dos diretores do Citibank que mais influenciou minha carreira e minhas decisões durante os sete anos que trabalhei lá. Ele não era meu supervisor: enquanto ele reportava para o Global Cash Management, eu era do Latin America Office Banking. Mas, desde que nos conhecemos em um evento, sempre aprendia com ele. E ele parecia ter prazer em me ajudar e aconselhar. Tempos depois, eu soube que ele poderia ser o que chamamos hoje de mentor. Um mentor é uma pessoa com larga experiência e conhecimento que se dedica espontaneamente a ajudar outra pessoa em sua carreira e desenvolvimento pessoal. Graças às dicas do Jair eu descobri que era uma pessoa muito pouco assertiva, tinha dificuldades de impor minha opinião e não sabia como reagir a situações de conflitos interpessoais. Me tornei um líder melhor para minha equipe por causa deste aprendizado. 

Todo empreendedor precisa de um mentor. Ele é mais importante na fase inicial da trajetória empreendedora, mas sempre será útil e necessário, pois traz uma visão de fora, com intenção genuína de ajudar e contribuir com o seu desenvolvimento. O jovem empreendedor não completou sua formação na universidade. Se o universitário seguir uma carreira em empresa, o ambiente corporativo, o chefe e seus colegas, o ajudarão na complementação de sua formação profissional. Já o empreendedor conta apenas com os seus sócios - muitos tão imaturos e ingênuos quanto ele - e com a falsa autoconfiança proporcionada pelo otimismo exacerbado de que seu negócio vai dar certo. Por isso ele precisa de mentores: para completar sua formação empreendedora que, de outra forma, só seria adquirida por meio da tentativa e erro, apanhando com a prática. 

Existem vários tipos de mentores. Investidores são bons mentores de negócios - o interesse comum é a proteção do investimento. Professores são os primeiros mentores dos jovens, em uma relação que começa na sala de aula e se estende para fora do estabelecimento, se houver um interesse mútuo de cooperação. Donos de negócios experientes trazem outro tipo de mentoria, principalmente sobre os aspectos comportamentais e atitudinais do empreendedor. 

O mentor é como um mestre que vê em seu discípulo um filho, um protegido. Ele se espelha no mentorado e projeta nele a possibilidade de cultivar um sentimento de realização a partir do seu progresso e sucesso. Sua motivação não deve ser dinheiro ou participação no negócio. Mentores remunerados não são mentores, são consultores. A mentoria é uma iniciativa de doação, de transmissão para outras gerações do seu aprendizado e legado intelectual.

Ter um mentor pode ser a chave para o sucesso do empreendedor. Um empreendedor com uma boa ideia de negócio, porém falta de competências, pode desperdiçar essa oportunidade. Um mentor ajuda a orientá-lo na busca do desenvolvimento das competências necessárias para empreender com sucesso. Um empreendedor com boas competências, mas sem uma boa ideia, também pode contar com o mentor para ajudá-lo a identificar boas oportunidades de negócio. Todos os motivos de fracasso de um negócio nascente podem ser minimizados com o apoio de um mentor.

Mas tome cuidado para não confundir o papel do mentor. Sua principal contribuição é para o desenvolvimento do empreendedor. Ele não vai te dar uma ideia de negócio, vai ajudá-lo a ter esta ideia. Não vai apresentar pessoas importantes a você, mas vai te ensinar como montar uma rede de relacionamentos. Não vai te dizer o que fazer, mas desenvolver sua capacidade de tomar suas próprias decisões. Se ele não fizer isso, o empreendedor vai ficar dependente dele para sempre, e não é esse o objetivo da mentoria.

Um importante papel que as universidades podem prestar para a formação de empreendedores - sem precisar dedicar pessoas, investimento e estrutura para isso - pode ser a formação de um corpo de mentores. Elas podem trazer empresários da região para receber uma capacitação em mentoria e colocá-los em contato com alunos que tenham interesse em participar do programa. Quando existe uma ‘química’, ou seja, alto poder de contribuição do mentor com alta receptividade do aluno, os resultados são fantásticos, atendendo à necessidade da universidade de complementar a formação acadêmica com a experiência prática.

Se você não tem um mentor, comece a procurar um. Busque primeiro nos seus círculos, depois vá explorando novos contatos, diversifique suas amizades, aproxime-se de pessoas mais experientes, elenque pessoas de sua confiança e que se preocupam por você. Seja flexível: o bom mentor não é aquele que concorda com você ou vice-versa. O bom mentor mostra para você caminhos com os quais você pode não concordar. Ele abre sua mente, mesmo que de forma forçada. Com o mentor, você deve ouvir mais e falar menos. 

Por fim, preocupe-se também em aprender a ser mentor. Hoje você é aprendiz, mas, se tudo der certo, você será bem-sucedido. Daí, sua obrigação moral é passar para frente o que aprendeu, atuando como mentor de outro empreendedor nascente. O que eu aprendi com o Jair e com outros mentores, formais e informais, tenho retransmitido diariamente, principalmente para meus alunos. No final das contas, o sucesso dos meus alunos representa o meu sucesso também.

Fonte: PEGN

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