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segunda-feira, 26 de maio de 2014

Sejamos a pátria de chuteiras

por  Assis Cavalcante


Aproxima-se a realização de um dos maiores espetáculos da Terra: a Copa do Mundo. Neste ano, o evento ocorre justamente no país do futebol. Pela segunda vez na história, o Brasil sediará o torneio. Estima-se que mais de dois milhões de telespectadores voltarão seus olhos para nossa pátria, ávidos por notícias e por assistir ao espetáculo.

Somos conhecidos como um povo simpático e acolhedor por boa parte desse público. Alguns outros, não muitos, não sabiam sequer de nossa existência como nação. Mas, por razões de cunho político – algumas até procedentes, estamos permitindo que nossa imagem como país esteja sendo arranhada no exterior. Fato este negativo para o Brasil, tanto para nossa estabilidade democrática quanto para nossas organizações, sobretudo para as que atuam em âmbito internacional.

Nas décadas de 1970 e 1980, escutava-se muito que o Brasil era o país do futuro. Nesse momento em que temos a oportunidade de mostrar nossa cara para o mundo, não podemos nem devemos fazer feio. A Copa já está instalada. A Arena Castelão foi reformada dentro do tempo previsto, respeitando na íntegra o seu orçamento inicial. O Ceará demonstrou para o país e para o mundo sua capacidade de realização e que aqui temos respeito pela res publica.

Se o torneio fosse realizado em outro país, a essa altura já estaríamos crucificando e achincalhando o treinador. Nossas lojas, ruas e casas estariam enfeitadas de verde e amarelo. Das janelas dos prédios já tremularia o pavilhão nacional com seu lema “Ordem e Progresso”. O clima de Copa do Mundo estaria instalado.

A Copa está posta. Seja o evento ruim ou bom, já está preparado, não há mais volta. Os feriados já foram decididos. Só nos resta vestirmos a camisa da Seleção, pôr as bandeirinhas nos carros, enfeitarmos as praças e casas, calçarmos as chuteiras da dignidade, deixarmos as lideranças políticas de lado e sermos liderados pelos nossos ícones do futebol, como Pelé, Zico, Felipão, Rivelino e tanto outros. Sejamos todos técnicos da Seleção, torcendo juntos pelo hexacampeonato. Que sejamos novamente e com mais força a pátria de chuteiras. A Copa está aqui! Que, do alto dos prédios, gritemos com voz vibrante para que todo o mundo ouça: pra frente, Brasil!

Assis Cavalcante é advogado e lojista

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