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quarta-feira, 22 de maio de 2013

Restaurantes essa concorrência vai aumentar


Por Adriana Silvestrini - 17/05/2013

O aumento do consumo, fenômeno que se intensificará no País até 2020, vai impulsionar o mercado de refeições fora de casa, cujo faturamento anual já passa dos R$ 235 bilhões. investir em restaurantes dentro das lojas é uma maneira de transformar o inimigo em aliado
Brasileiros estão comendo mais fora de casa. Não é à toa que o mercado de food service cresceu 7 pontos percentuais entre 2006 e 2012 e, só no ano de 2011, tenha movimentado R$ 235 bilhões, segundo dados da Abia (Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação). Nos próximos anos a expansão será ainda maior, graças ao aumento da renda e à falta de tempo para preparo das refeições. Até 2020, a participação no orçamento familiar dos gastos com alimentação fora de casa saltará dos atuais 31% para 40%, conforme estimativa da Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes).
Para se ter uma ideia de quanto o potencial desse setor é promissor, basta observar mercados desenvolvidos. Segundo a Abia, enquanto no Brasil um indivíduo gasta em média R$ 1.327 por ano comendo fora, nos Estados Unidos o valor chega a R$ 3.764. Essa nova realidade chega como uma ameaça ao autosserviço alimentar, já que as vendas de ingredientes devem diminuir ainda mais. Essa baixa vem sendo observada há cerca de 9 anos, como revela uma pesquisa do Data Popular. Entre 2002 e 2011, por exemplo, a participação do consumo em casa caiu de 22,9% para 16,0%. O novo hábito é preocupante, mas não alarmante. E desponta como uma oportunidade. Uma saída é apostar na rotisseria ou criar áreas de preparo, para oferecer pratos prontos de qualidade, como massas e pizzas, a exemplo do que faz a rede carioca Zona Sul; ou sushis e sashimis, como faz o Mercadinho São Luiz, de Fortaleza; ou ainda sopas, como fazem lojas do Pão de Açúcar no inverno.

Tudo com maior valor agregado.





Outra possibilidade é trabalhar ingredientes e receitas diferentes para estimular o preparo das refeições. E outra ainda é divulgar melhor os pratos congelados vendidos na loja. Todos com uma argumentação de peso junto ao cliente: fica mais econômico do que as refeições em restaurantes.

Maior procura é por almoço

É na refeição do meio-dia que a maioria dos brasileiros opta por restaurantes,
 já que trabalha e conta com tíquete refeição
ABCDE
Café da manhã16%11%17%
Almoço69%68%70%
Jantar43%29%23%
Lanches61%57%61%

Fonte: DataPopular - Pesquisa realizada no segundo trimestre de 2011, com 18.365 pessoas em 251 cidades

Fonte: DataPopular - Pesquisa realizada no segundo trimestre de 2011, com 18.365 pessoas em 251 cidades

Mas não há dúvida de que montar restaurantes, lanchonetes e cafeterias também é uma alternativa interessante. Atentas, algumas redes começam a ampliar seus investimentos. Caso do Extra, que em 2012 inaugurou restaurantes self-service em três unidades de São Paulo. O selfservice tende a ser o sistema mais viável para supermercados, por exigir poucos funcionários. Além disso, é acessível à nova classe média, hoje responsável pela maior movimentação desse mercado. Segundo o Data Popular, a classe C hoje responde por mais da metade do total de brasileiros que se alimenta fora de casa. Além de conveniência, esse público busca lazer, sobretudo no jantar. O supermercadista deve pensar, portanto, em criar locais agradáveis, que remetam a um restaurante tradicional e que tenha opções diferentes de pratos, para atender o cliente e abocanhar os resultados.
E como o almoço é a principal refeição para restaurantes, já que hoje boa parte dos brasileiros almoça próximo ao trabalho, o varejista deve avaliar se sua área de atuação requer investimentos. Muitos já apostaram no segmento e não se arrependeram. Para a chef Eliane Carvalho, do restaurante paulista Brie Resto, os supermercados que atuam no segmento ganham mais uma receita, e também a satisfação do cliente e mais compras na loja.
EXEMPLOS A SEGUIR:
• Na pequena Serra Negra, estância hidromineral localizada no Estado de São Paulo, o restaurante do supermercado Colorado é um sucesso. O motivo: está localizado no centro da cidade, onde se concentram o comércio e os órgãos públicos.
• Em Maceió (AL), a loja Palato, que fica no bairro mais nobre da cidade, mantém um bem-sucedido bistrô, que atende turistas do Brasil e do mundo, além da elite local.
• Três lojas da rede Covabra, do interior de São Paulo, trabalham com self-service, servindo, cada uma, 250 pratos por dia. Uma das unidades também opera à noite oferecendo caldos e sopas.
• Em Salvador (BA), um restaurante, colado a uma das lojas da rede Perini, tem espaço amplo, conforto, decoração caprichada e oferta variada de pratos saborosos, como qualquer restaurante tradicional.
• A rede Zona Sul, do Rio de Janeiro, tem pizzarias reconhecidas como algumas das melhores da cidade. O consumidor tem a comodidade de degustar na própria loja ou levar o produto para comer em casa.
• Em Belo Horizonte (MG), a rede Verdemar trabalha com carne de churrasco preparada na hora. Carne de boa qualidade que virou tradição
Refeições fora de casa*
24% » 2006

31% » 2012
40% » 2020**
67% é crescimento da participação

*Participação no orçamento familiar

** Estimativa

Fonte: Abrasel

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