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quinta-feira, 23 de maio de 2013

6 fantasmas que podem assombrar chefes de 1ª viagem


A falta de vivência e a imaturidade são dois destes fantasmas que podem atrapalhar os novatos em cargos de chefia

Camila Pati


São Paulo – A falta de profissionais qualificados no mercado tem resultado na aceleração da dos jovens. “Isso é uma realidade e acho que deve continuar por mais uns 10 anos”, diz Fernanda Abreu, diretora de pessoas, projetos e gestão do Instituto Aquila.

Prova disso são os programas de trainee que, a partir de alto investimento no desenvolvimento dos profissionais em início de carreira, preparam os jovens para, muitas vezes antes dos 30 anos, assumirem cargos de gestão.
“O custo de trazer pessoas dos concorrentes é alto para as empresas e algumas acabam também preferindo os jovens porque eles vão sendo formados e desenvolvidos para os cargos”, diz Fernanda.
Entretanto, mesmo com todos os recursos oferecidos pelas empresas para que o jovem tenha sucesso na cadeira de chefe, algumas dificuldades, desenhadas ainda em posições mais operacionais ou técnicas, certamente vão surgir durante a trajetória. E é isso que Exame.com foi investigar. Confira quais são os fantasmas que podem assombrar alguns chefes de 1ª viagem:
1 Pouca vivência profissional
A ausência de referências pode atrapalhar o chefe novato na hora de tomar decisões. “Ele tem mais chance de cometer erros por conta da pouca vivência profissional”, diz Fernanda. 
Por isso, diz a especialista, a solução é fugir da liderança imposta. “Deve apostar na liderança compartilhada”, recomenda. Ou seja, o chefe de 1ª viagem, ao invés de impor decisões, vai se aproximar mais do sucesso trazendo a sua equipe para o seu lado. “É pedir e aceitar sugestões”, lembra Fernanda.
2 Imaturidade emocional
A dificuldade em lidar com frustrações é um sintoma da imaturidade emocional e, de acordo com Fernanda, é comum nos jovens da chamada Geração Y.
A pouca resiliência pode afetar o desempenho do novato que assume uma posição mais elevada na organização. 

Investir em mentores, tutores e coaches pode ser a melhor saída quando a imaturidade começa a dar sinais mais fortes durante o expediente. “Muitas empresas já fazem isso, é difícil um jovem ser jogado em um cargo de chefia”, lembra Fernanda.

3 As amizades conquistadas antes de ser chefe
A relação muda quando amigos e colegas de trabalho deixam de estar em pé de igualdade. “Tem que separar, impor certo limite no início, para que os papéis de chefe e de amigo fiquem bem delimitados”, diz Fernanda. Estando um degrau acima na carreira, o chefe novato tem que construir uma nova relação de trabalho.
Por exemplo, abrir informações a que só os chefes têm acesso é uma atitude arriscada e pode comprometer o sucesso como gestor. 

A situação nem sempre é fácil, ciúme e até inveja podem afastar as pessoas. Transparência, muita conversa e quem, sabe um plano de ação conjunto, podem facilitar as coisas.

4 As inimizades anteriores ao cargo
Por outro lado, chefiar um colega do qual você não gostava também vai exigir um grande esforço para separar os papéis. “Se é uma pessoa que traz resultados e é um bom profissional não há porque não mantê-lo na equipe”, diz Fernanda. 
Não importa se você não considera a companhia dele agradável. Por mais chato que ele seja, são as suas características e qualidades profissionais que devem ser levadas em conta.
5 Erros já cometidos 
Quando se está em treinamento os equívocos, em geral, são mais bem aceitos do que quando o profissional está em uma posição de gestão. Mas, ficar paralisado com medo de cometer erros é um tiro pé. 
“Ele não deve se preocupar com erros cometidos no passado porque muito provavelmente eles foram sendo minimizados à medida que o tempo foi passando. Se o jovem assumiu a posição de chefe é porque tem competência para isso”, diz Fernanda.
6 Avidez por crescimento
A vontade de ter ascensão profissional certamente contribuiu para que você chegasse mais cedo que a maioria à liderança de uma equipe. Mas a sede por crescimento pode fazer com que o jovem chefe não aproveite o momento. “Ambição além da conta é um problema”, diz Fernanda ressaltando que vivenciar a experiência é o melhor caminho.
Fonte: Exame

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