E-commerce
25/04/2012
Ceará terá R$ 50 mi a mais de ICMS
Novas regras de distribuição de ICMS
interestadual vão beneficiar estados do Nordeste. Atualmente, o Ceará
deixa de arrecadar cerca de R$ 50 milhões por ano, valor que vai para
estados de origem das empresas.
A arrecadação do Imposto sobre Circulação
de Mercadorias e Serviços (ICMS) pode quase dobrar no Ceará. O êxito
depende da aprovação das regras de redistribuição do ICMS sobre produtos
comprados pela internet, conhecido como comércio eletrônico ou
e-commerce.
A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) sobre o assunto está pronta para ser votada, hoje, pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado.
A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) sobre o assunto está pronta para ser votada, hoje, pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado.
O Ceará arrecada cerca de R$
45 milhões, em média, por ano do tributo estadual. Deixa de receber, no
entanto, cerca de R$ 50 milhões proveniente do comércio eletrônico,
recursos que vão para os cofres públicos dos estados de origem das
empresas, geralmente, nas regiões Sul e Sudeste, informou o titular da
Secretaria da Fazenda do Ceará (Sefaz-CE), Mauro Filho.
Pela
nova proposta, com parecer do líder do PMDB, Renan Calheiros (AL), da
alíquota média de 17% do ICMS cobrada no e-commerce, 7% iriam para o
estado de origem (onde estão sediadas as lojas virtuais) e 10% para os
estados de destino, os compradores da mercadoria.
“É preciso
deixar claro que não se trata de um aumento de carga tributária. Ela
continua a mesma. Trata-se de um compartilhamento de imposto”, explica
Mauro Filho. Ele ressaltou a importância das novas regras para o Estado.
“O Ceará vai passar a receber recursos que poderão ser gasto em
educação e saúde que não vinha sendo obtido”, comenta.
O
secretário da Fazenda reforçou que a previsão de vendas no comércio
eletrônico para 2012 é de R$ 23 bilhões. Isso gera uma arrecadação de
ICMS de cerca de R$ 3,9 bilhões para todo o País, calculou.
Pressão de São Paulo
A
pressão política da bancada paulista, contrário às novas regras, vai
endurecer a votação da PEC, que, após aprovada na CCJ, vai para
apreciação da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) e ao plenário do
Senado, antes de seguir à Câmara dos Deputados. Segundo a senadora Marta
Suplicy (PT-SP), a mudança, proposta originalmente por Delcídio Amaral
(PT-MS), traria um prejuízo de R$ 400 milhões na arrecadação de São
Paulo.
Mauro Filho reitera que deverá mesmo haver forte
pressão paulista, mas ressalta que o estado de São Paulo já foi
beneficiado com a padronização da alíquota de produtos importados nos
portos e com a alteração do indexador da dívida pública do estado.
Com essas duas medidas, respectivamente, tornará-se mais competitivo e reduzirá sua dívida interna, que é a maior do Brasil.
O quê
ENTENDA A NOTÍCIA
Secretário Mauro Filho cobra a diferenciação de alíquotas. Se a empresa está no Sul ou Sudeste, 10% do ICMS ficam no estado de origem e 7% no Ceará. Se a empresa está no Ceará, 12% ficam aqui e 5% no destino.
Andreh Jonathas
Matéria publicada originalmente em: http://www.opovo.com.br/app/opovo/economia/2012/04/25/noticiasjornaleconomia,2827324/ceara-tera-r-50-mi-a-mais-de-icms.shtml
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