O POVO online
Jornal de Hoje/Opinião
03.08.2011 01:30
Honório Pinheiro - Presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do CE Em um momento histórico cada vez mais marcado pela globalização das relações, especialmente das comerciais, faz-se importante demarcar a identidade de cada área da economia, uma vez que cada uma delas contribui de modo diferente para o crescimento do País. Membro ativo da área do comércio, pergunto aos meus pares: qual a nossa identidade no mercado? Quem somos nós?
Somos empresários originários de uma atividade comercial iniciada pelos fenícios e hebreus, radicados na costa do Mediterrâneo, onde hoje se situam Israel e Líbano. Por volta do segundo milênio antes de Cristo, esses povos dominaram o comércio em toda a região e passaram a ser uma grande potência marinha e comercial pelo uso da Nau Fenícia, levando o comércio do Mediterrâneo até o mar Egeu. Destacavam-se os comerciantes como homens que faziam diferença na economia.
No Brasil, somos a única classe empresarial presente em todas as cidades. Por menor que seja o município, tem-se um centro com lojas vendendo, no mínimo, gêneros de primeira necessidade e itens de uso diário.
No dia 16 de julho comemoramos o Dia do Comerciante, data instituída pelo ex-presidente do Senado, João Café Filho, em 26/10/1953. Uma homenagem ao comércio, intencionalmente colocada no dia em que nasceu o Visconde de Cairu - José da Silva Lisboa, economista brasileiro que acompanhava as últimas teorias europeias, como as de Adam Smith, que mencionavam que um país só progride quando seus industriais e comerciantes dispõem do máximo de liberdade para ganhar dinheiro.
O comércio é hoje o setor que mais arrecada impostos e tem o maior percentual de empregos formais registrados no Brasil (a folha de pagamento pode chegar a 117% do valor bruto que recebe o trabalhador), contribuindo decisivamente para o crescimento da economia e para o fortalecimento do mercado interno, além de estar próximo da cultura, elaborando e incentivando ações que modificam na sociedade a visão de uma classe que sempre foi taxada como de "tubarões", que só visavam ao lucro e à riqueza.
Apesar dessa modificação na visão de parte da sociedade, muitas vezes o comércio ainda não recebe o devido reconhecimento por parte do poder público. De modo geral, não temos incentivos fiscais nem investimentos que favoreçam o desenvolvimento das empresas, como o acesso a linhas de crédito ou facilidade para abertura de novas, diminuindo a burocracia dos processos. Além disso, estamos diante de uma guerra fiscal entre os estados, o que só prejudica e fragiliza o setor, inibindo os empreendedores que recuarão seus investimentos uma vez que tal guerra gera insegurança.
Nosso papel hoje é resgatar a crença. Para isso, o comerciante precisa agir como fomentador dos processos e das ações que visem ao crescimento do comércio, fortalecendo a união através do bom relacionamento com todos os outros setores da economia e mantendo-se cada vez mais próximo das instituições públicas.
Nesse contexto, quem somos, amigos comerciantes? Aqueles que estão prontos para o futuro, porque acreditam que o futuro já chegou!
Fonte: jornal O POVO
Matéria publicada originalmente em: http://www.opovo.com.br/app/opovo/opiniao/2011/08/03/noticiaopiniaojornal,2275010/comerciantes-quem-somos.shtml
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Faça aqui o seu comentário!