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quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Elas não brincam em serviço

Conheça as histórias de três mulheres que ocupam cargos que até pouco tempo eram exclusivamente masculinos


Mariana Fonseca


As mulheres cada vez mais conquistam seu espaço no mercado de trabalho e mostram que, apesar de ainda haver diferenças de oportunidades e salários entre os sexos, elas não se atrapalham em nada na hora de assumir cargos que até pouco tempo eram exclusivamente masculinos. Foi assim com Daniela Rodrigues, piloto de avião, Angélica Fernandes, tenente-coronel da Polícia Civil, e Flávia Sidônia, tenente da Aeronáutica. Conheça a história de cada uma e saiba por que é que elas não brincam em serviço. 













Cabeça nas alturas

Daniela Rodrigues, de 35 anos, piloto de avião da TAM, sempre sonhou em trabalhar nas alturas. Quando criança, queria ser astronauta. Aos 18 anos, ouviu o que seu pai dizia, que essa seria uma profissão muito masculina, e tentou mudar o rumo, estudando Arquitetura. “Comecei em 1996 e fiz três anos do curso sabendo que não era aquilo que queria”, conta ela.

Depois anos depois, seu irmão começou a fazer um curso de aviação. Os relatos que ele contava só deixavam Daniela ainda mais interessada pela área. Resultado ela brigou com o pai e contra a vontade de muitos, entrou no curso de Ciências Aeronáuticas para ser piloto de avião em 1999. “Quando decolei, fiquei apaixonada. Soube de fato que era aquilo que queria pra minha vida”, diz.

Voando alto

Como Daniela sempre ia mal nas aulas de inglês da escola, começou um curso do idioma logo cedo “Sempre fiz inglês e tive sorte porque esse conhecimento é fundamental para o exercício da minha profissão”, conta. Por ser apaixonada pelas alturas, ela sempre quis aprender mais sobre sua área de atuação. “Além da faculdade, fiz curso de piloto, de instrutor de vôo e de segurança de vôo”, diz. Daniela começou trabalhando em táxi aéreo e já passou por companhias de nomes, como Oceain Air, Azul e até chegar à TAM, onde está até hoje.

Em seus 13 anos de profissão, ela diz que preconceito nunca foi problema. “Sempre tive muito respeito dos colegas de trabalho, acho que existe um preconceito mais pela parte dos passageiros”, diz. Para quem quer seguir seus passos, ela faz um alerta: “Nem tudo é um mar de rosas. São horas sem dormir e pouco tempo para amigos e familiares. Para valer a pena, você tem de gostar muito dessa profissão.” 

Quase sem querer

Outro caso interessante de mulher que se destacou numa carreira aparentemente masculina é o de Angélica Fernandes de Oliveira, de 46 anos, primeira mulher do Estado do Rio Grande do Norte a ser nomeada tenente-coronel da Policia Militar. Sua carreira na área militar começou meio que por acaso. Quando terminou o Ensino Médio, não tinha muita perspectiva de carreira até que soube de um concurso público que estava recrutando mulheres para cargos da Policia Militar. “Eram aproximadamente 200 mulheres para duas vagas. Mesmo sem muitas referências, eu fui aprovada”, conta.

Na época, em 1987, ainda não havia uma academia especifica para mulheres em Natal, então Angélica foi fazer o curso de formação de oficial na cidade de Paudalho, em Pernambuco. “Fiquei três anos no curso e, quando formada, retornei para Natal como aspirante oficial”, diz.

Mulher pode

Em 1990, Angélica assumiu o cargo de comandante da Companhia Feminina da Polícia Militar do RN. “Fui responsável pela formação das primeiras policiais mulheres de Natal”, conta. Ela também foi a primeira mulher a assumir o cargo de ajudante de ordem do comandante geral.

Em 1996 ela se tornou capitã. Em 2003, para virar major, passou por curso de aperfeiçoamento e, para o cargo de tenente general, teve de fazer um curso superior de polícia durante 10 meses. “A carreira dentro da Policia Militar oferece oportunidade de amadurecimento e crescimento profissional e pessoal”, afirma.

No dia 13 de maio de 2010, Angélica foi promovida a Tenente Coronel da Policia Militar, quebrando mais um recorde e se tornando a primeira mulher a exercer a função.

Mesmo tendo ingressado na Policia Militar há 14 aos, ela nega ter sofrido qualquer tipo de preconceito. “Nunca tive problemas com isso, sempre houve respeito mútuo entre os profissionais da policia”, conta.

E se engana quem pensa que Angélica encara apenas a jornada dentro da Policia. “Sou mãe de duas filhas, uma delas é especial, e sempre recebi muito apoio dos meus colegas de trabalho para encarar uma jornada tripla: a de tenente coronel, esposa e mãe”, conta.

Militar não tem sexo

Flávia Sidônia, de 29 anos, segundo-tenente do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica (CECOMSAER), também afirma que não sofre preconceito por ser mulher. “Militar não tem sexo. O tratamento é igual desde o curso de formação até no trabalho em si”, diz ela.

A carreira de Flávia começou nas redações, quando se formou Comunicação Social com ênfase em Jornalismo, em 2005. “Sempre gostei muito de esporte e meu foco era atuar como repórter da área esportiva.”

Depois de quatro anos na área, ela sentiu que faltava alguma coisa para o seu desenvolvimento profissional. Foi quando um amigo comentou sobre o processo seletivo da Aeronáutica que estava recrutando profissionais de Jornalismo e Direito. “Minha irmã é formada em Direito, por isso, nós duas prestamos o concurso, mas só ela foi aprovada”, diz.

Com o ingresso de sua irmã na Aeronáutica, Flávia ficou cada vez mais interessada pela Força Aérea. No ano seguinte, foi aprovada no concurso. Para quem tem vontade de ingressar em uma das forças armadas, a segunda tenente diz que é uma ótima oportunidade de aprendizagem. “É uma boa opção de carreira para quem quer conhecer novos lugares. Só este ano já fui duas vezes para o Haiti.”

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