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segunda-feira, 24 de junho de 2013

Precisamos de um novo Renascimento




No meu meio profissional, semanalmente tenho o privilégio de me deparar com ideias excelentes e promissoras. No entanto, passado algum tempo, poucas daquelas ideias se materializam em algo concreto; muitas perdem-se pelo caminho e, mesmo as realizadas, quando em sua forma final, já não têm aquele encantamento original.

A razão desse falho processo está no velho e conhecido conflito: “qualidade x quantidade”, que, ao meu ver, jamais esteve tão explícito e desequilibrado como atualmente. Entregar rápido é o que importa. Planejar, testar, errar, refazer, aprimorar e chegar a um produto ou serviço excelente está virando sinônimo de utopia.

Em um certo momento da história, ocorreu um movimento que visava resgatar e reconstruir valores e referências de um período anterior àquele, para, dessa forma, recolocar a sociedade no caminho da evolução. Era preciso Renascer.

O Renascimento, baseado nos preceitos do humanismo, colocava o homem como o centro de tudo e o instigava a se tornar um investigador por excelência da natureza. O brilhante florescimento cultural e científico renascentista originou sentimentos de otimismo e abriu positivamente o homem para o novo, incentivando seu espírito de pesquisa. A religião já não estava acima do intelecto humano. O homem, artista intrínseco, deixava a simples condição de artesão para se tornar um erudito.

No Renascimento, o intelecto deveria se tornar mais apurado e refinado. Pensar ativamente (no intuito de raciocinar e questionar) era essencial. Ser curioso e humilde era preciso. Quando pensamos em Leonardo da Vinci fica fácil entender a lógica.

O grande gênio do Renascimento (e de toda a história) era alguém cuja curiosidade insaciável era igualada apenas pela sua capacidade de invenção. Sua humildade se mostra presente nos múltiplos talentos e qualidades inerentes ao artista, que, embora mais conhecido como pintor, destacava-se também como cientista, matemático, engenheiro, inventor, anatomista, pintor, escultor, arquiteto, botânico, poeta e músico.

Aprender requer a humildade de escutar, conhecer limites (até para ultrapassá-los), reconhecer os erros e evoluir. Baseado nessa tese, defendo que intelecto e a humildade devem caminhar juntos. No coração da humildade, reside o homem real, forte e eterno, mas ser humilde requer grandes recursos internos. Uma pessoa que se mostra humilde provavelmente aprendeu a lidar com as próprias emoções e a tocar a boa vontade de outros para assim envolvê-los. No projeto de construir a grandeza, o homem capta a energia de outras pessoas, em vez de se opor a elas. A era industrial talvez tenha levado o valor que as pessoas davam ao todo, já que a humildade passou a ser vista como atraso no contexto social e a criatividade voltou a ser descartada (mesmo que não explicitamente) pela humanidade.

Essa verdade tem parecido existir em diversos segmentos da sociedade. No meio corporativo, por exemplo, percebe-se grande desperdício de tempo, humildade e intelecto apenas pela distorcida ideia de que dinamismo e quantidade na produção valem mais que a qualidade criativa de quem faz pensando no consumidor e num empenho satisfatório do produto. O que segue são clones de ideias ou de produtos, cópias de pessoas ou de empresas que se destacam, cavando buracos de falências pela simples falta de boa vontade e originalidade.

Em plena Era do Conhecimento, o homem se mostra cada vez mais voraz pelo consumo, ao mesmo tempo em que busca um sentido mais humano para sua existência. Segue num sentimento de menos valia, como se estar à frente, custe o que custar, seja o seu principal objetivo de vida. A vaidade do ser humano entra em choque com a realidade que ele deseja alcançar. Poderíamos nos tornar ainda mais produtivos que qualquer outra geração, já que, com o avanço das tecnologias, temos tantas ferramentas que podem nos ajudar a administrar o tempo, beneficiando o nosso intelecto criativo. Mas precisamos nos abrir à mudança.

Como é costumeiro se dizer por aí, às vezes precisamos dar um passo para trás, afim de avançar dois passos à frente. Se nos basearmos nessa lógica, seria interessante considerar a hipótese de que, para crescermos, seja cultural, política ou socialmente, torna-se necessário renascer. Dessa maneira, em um ambiente propício à inovação, livre de paradigmas “engessados” de pensamentos, teremos não só a oportunidade de conviver com os “Da Vincis” do novo milênio, mas principalmente de reconhecê-los, quem sabe, até, em nós mesmos.

Fonte: HSM

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